sábado, 16 de março de 2019

Casamento x Amor?




Tenho lido reflexões sobre relacionamentos conjugais. Muitas delas, feitas por pessoas de rara inteligência. Geralmente, a conclusão é de que o amor não sobrevive à rotina, a intimidade, por conhecer demais o outro, em suas qualidades e deficiências.
A frase é letal: “Quer matar o amor? Enfrente um casamento.”
Ouso discordar, em meu limitado pensamento sobre o universo. ...

Usualmente, a reflexão é fruto da crença que o amor é um estado de êxtase, um momento mágico, um raro sentimento de quem alcançou o Nirvana.
Poderia dizer que há uma confusão até natural entre amor e paixão, mas é mais que isto. Há certa orquestração filosófica na redução dos sentimentos humanos ao materialismo. A fé é uma utopia, o perdão é estratégico, a esperança... uma ilusão.
Sem querer definir o indefinível, o amor é que mantém a fé, o que faz perdoar, o que alimenta a esperança.
É ele que sustenta o que parece ser insustentável. Que aceita, o que parece ser inaceitável. Ele é resultado da contradição, posto que acredita na unidade de todas as coisas. Ele é verdadeiramente a vida em suas diferentes manifestações: alegria, dor, prazer, angústia, preocupação, desafios e conquistas.
Assim, muitos afirmam que a amizade é o que resta daquele amor de outrora. Não. A amizade é sim, a evolução do amor, pois ali é que reina o desinteresse, a vontade de construir a dois.
Não é tão somente um lago manso e calmo, mas é o mar agitado das tormentas. Segue sempre na direção da paz, ao saber enfrentar tantas guerras.
Assim, o relacionamento a dois se faz do caminho longo a percorrer em direção a harmonia, mas necessita da consciência da existência de muitas lutas, inclusive esta, a de ir no caminho oposto de quem não acredita no amor.
 

Receitinhas de vida saudável- Capítulo 2



Poesia pra todo dia

Tem gente que a lê, quando na melancolia
Tem gente que a lê quando chega a alegria,
Existem os que leem em busca de sabedoria
E aqueles que leem por pura filosofia
Tem aqueles que escrevem ao sentirem nostalgia
E os que escrevem para demonizar a apatia
Poesia é um instrumento de real democracia
para falar de paz ou gritar contra a tirania
Ela frequenta as mansões e também a periferia
É remédio que cura, não importa a posologia,
Pode ser profilática, ou ser apenas terapia
É bom para vidas cheias e preenche também vidas vazias
Faz ver melhor a realidade, ou ser pura fantasia
Não importa o momento, nem tão pouco a autoria
Uns gostam de Drummond, outros preferem Gonçalves Dias,
Ela é verdadeiramente uma grande companhia,
Seja ao cair da noite, ou ao raiar de um novo dia
Leia sem moderação, ou escreva sem pensar na ortografia
Mas contudo, porem, entretanto, todavia
Poesia para sempre, poesia todo dia.

Receitinhas de vida saudável – Capítulo 1:



Deixe seu cachorro levar você para passear

Começo hoje uma séria série que denominei: “Receitinhas de vida saudável”. Primeiro: ela não tem pretensão de ensinar nada. Segundo: como uma “receita”, pode não dar certo pra todo mundo. Terceiro: cada um tempera a seu gosto. Sem ordem de importância, escolhida aleatoriamente, a primeira “receita” é: 

Deixe seu cachorro levar você pra passear. 

Caminhar com um cachorro (respeitando seu porte, sua idade, sua raça etc) é um prazer que nem todo mundo conhece, mas que lhe oferece vários benefícios. Você exercita os músculos da perna e, para muitos, do braço. Você conhece outros cachorros e por consequência, outras pessoas. Você percebe que irracionais são os humanos. Você conhece com mais detalhes o quarteirão onde você mora e o principal deles: você esquece que a vida é um “osso duro de roer”. Ah, não se esqueça de levar um saquinho para o cocô do cachorro, afinal a via é pública. Não é privada. Boa “cãominhada”!

Próxima receita: Poesia é pra todo dia!