sábado, 30 de julho de 2016

A JUSTIÇA BRASILEIRA SEMPRE VENCE...PELO CANSAÇO!




(Peça teatral em 5 atos, envolvendo o jornalista Nicolau e o juiz Wiliam de Oliveira- Você não vai acreditar!)

A mãe do jornalista Nicolau, dona Ana, faleceu no dia 29 de outubro de 2015 em Poços de Caldas. Como aposentada, os seus herdeiros deveriam receber, segundo o que determina a legislação (lei 6.858), o valor da sua aposentadoria relativa ao mês de outubro, pouco mais de mil e quinhentos reais.
Contudo, como isto não foi ocorreu automaticamente como se acreditava, o mesmo jornalista Nicolau, orientado por sua advogada, entrou com um processo na justiça. A intenção do jornalista Nicolau era repassar o valor para a sua irmã Fátima (a única solteira e aposentada entre os 9 filhos da dona Ana) através de “alvará judicial dirigido ao Instituto Nacional de Securidade Social (INSS) para levantamento de saldo previdenciário”. Acreditava o jornalista Nicolau que o processo seria relativamente simples.
Ledo engano, Nicolau.
Ato I
Inicialmente foi solicitado por sua advogada, os documentos normais como certidão de nascimento e carteira de trabalho da requerente (Fátima), além de certidão de inexistência de dependentes habilitados por morte. Posteriormente, a juíza Alessandra analisando o processo, alegou que não havia dependentes inscritos no INSS, solicitando ingressar nos autos, todos os herdeiros da falecida, isto em dezembro de 2015.
Ato 2
Em janeiro de 2016, foi cumprido o solicitado, anexando aos autos do processo” todas as certidões de nascimento e a procuração dos 9 filhos no prazo de dez dias, sob pena de indeferimento da inicial”. Ressalte-se que a maioria dos filhos da dona Ana reside em cidades distantes de Poços de Caldas. Mas, tudo bem- disse Nicolau- o processo teria em poucos dias um desfecho final.
Ah! Como você é ingênuo, Nicolau.
Ato 3
Em fevereiro de 2016, o processo mudou de mãos e passou para o juiz Wiliam de Oliveira que deu vistas, porém, solicitou a “comprovação da qualidade de herdeiros por meio de documento hábil (certidão de nascimento ou casamento atualizada) no prazo de 10 dias, sob pena de indeferimento da inicial”. Ressalte-se que no processo já constavam o cpf e rg de todos os filhos, comprovando que realmente os mesmos eram “filhos da dona Ana”. Nicolau, quase desistiu, mas persistente como é disse, “nem a pau” e correu atrás (afinal eram 10 dias apenas) dos documentos, atendendo à solicitação do juiz Wiliam.
Ato 4
Em abril de 2016, sua excelência, o meritíssimo juiz deu vistas ao processo. Seria o apito final? Claro que não, Nicolau. Você não sabe que, na justiça brasileira, o processo é uma peça teatral? “Vista aos autores para que no prazo de 10 (dez) dias apresentem as certidões de negativas de débitos tributários”. Nicolau, já não aguentando mais, resolveu desistir da causa. Porém, sua advogada afirmou “estamos quase conseguindo, não é hora de desistir” e requereu a juntada as Certidões Negativas, CND, Municipal, Estadual e Federal, solicitadas pelo juiz Wiliam.
Agora sim, Nicolau! Sua irmã iria receber o polpudo valor de cerca de 1.500 reais prá resolver a vida dela. Um pouco menos claro, do que o justo salário do juiz Wiliam (possivelmente em torno de 30 mil reais/mês).
Ato 5- Final
Ah, mas a Justiça brasileira sempre nos surpreende né, Nicolau.
O juiz Wiliam de Oliveira investido do poder judiciário, acima do bem e do mal, proclamou. “Analisando os documentos juntados aos autos, verifica-se que a maioria dos herdeiros são casados sob o regime de comunhão de bens, necessitando assim da procuração dos cônjuges para a concessão do alvará pleiteado”.
Consumatum est, como diria o juiz Wiliam de Oliveira.
Nicolau desistiu do processo e o polpudo valor como determina a lei, voltará para os cofres da Previdência Social.
A justiça sempre vence. Aprendeu Nicolau?
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quinta-feira, 28 de julho de 2016

"Vaga-lumes"




Cresce assustadoramente o número de “vaga-lumes” na cidade. Não se sabe ao certo se é fruto da crise econômica, problemas hormonais ou psicofísicoafetivos. Existem teorias que tentam provar que é resultado do aquecimento global. Cientistas afirmam que é consequência da oxidação biológica e de uma enzima chamada luciferina (lembrou de algo?) e do ativador trifosfato de adenosina (sabe-se lá o que seja isto). Por outro lado, alguns místicos no Tibete afirmam que é consequência de mutação genética causada por alienígenas que estão abduzindo os seres humanos.
O fato é que tais “vaga-lumes” de repente aparecem e “acendem” algum projeto inovador ou desejam um contato imediato (terceiro grau?), uma aproximação pelo whats app ou facebook. Mas, tão rapidamente quanto “acenderam”, eles se “apagam”, sem motivos aparentes. Ao que se sabe (ou não), na fase inicial, esta bioluminescência é útil para atrair os outros por motivos que não estão claramente (ops) esclarecidos (ops2). Em fase mais adulta- afirmam os sexólogos-  é usada para atrair o sexo oposto na época de acasalamento, como em uma dança luminosa. Será que é porque a cidade tem muitas fontes luminosas? Vai saber.
Recomenda-se muito cuidado com tais “vaga-lumes”, já que a luz que parecem irradiar pode provocar cegueira nas pessoas que têm contato com eles. Por tudo, ao perceber a existência de um possível “vaga-lume” ao seu redor, busque constatar inicialmente se em um dia são “vaga” e no outro são “lumes”. Se for comprovado que é um “vaga-lume” melhor se afastar pois a conta (de luz) pode ser alta.

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Férias e Feiras

Férias para mim tem tudo a ver com Feiras.
Neste período resolvemos antigos pepinos,
descascamos alguns abacaxis,
choramos as pitangas,
escorregamos no quiabo
pisamos no tomate,
e pensamos e escrevemos muitas abobrinhas.
Por falar nisto....

FEIJÃO PRETO
(paródia Música “Fuscão Preto”)
Antigamente era visto por aí
E o arroz era seu eterno par
Mas seu preço foi crescendo de mansinho
Hoje ninguém tem dinheiro pra comprar
Meu Deus do céu, não sei o que aconteceu
Com o feijão, pois o preço tá um horror
O que restou foi mudar o cardápio
E o feijão teve que mudar de cor
(Refrão)
Feijão preto
O seu preço é mais barato
Você agora tá no prato
De todo mundo, sim senhor
Feijão preto
Você é uma maravilha
Já faz parte da família
Você é nosso salvador

"República do Porco"



Trabalhei ( e ainda faço alguns "bicos") como redator publicitário em agencias de propaganda em Campinas e Poços de Caldas. O texto abaixo fiz recentemente atendendo ao inegável pedido do maestro Agenor para a sua "República do Porco" na Prefeito Chagas e que merece a visita pela qualidade dos lanches e a simpatia do maestro e do filho André. O texto consta no cardápio da casa.

ERA UMA VEZ,
UM MAESTRO MUITO BATUTA,
UM SINHÔZINHO DE BOA CONDUTA,
O SEU NOME: AGENOR,
SEU CODINOME: BOM HUMOR,
UM MESTRE NA SANFONA
E NO FOGÃO, UM PROFESSOR.

E FOI COZINHANDO COM ESMERO,
COMBINANDO OS TEMPEROS,
QUE O MAESTRO ORQUESTROU,
COM SUAS MÃOS MAGISTRAIS,
O MELHOR PÃO COM LINGUIÇA
DAS BANDAS DE MINAS GERAIS.
E NÃO SATISFEITO COM ISTO,
FEZ O QUE ERA PREVISTO,
CRIANDO O MELHOR PÃO COM PERNIL DO INTERIOR
DO BRASIL.
FOI ENTÃO, QUE NASCEU UM LOCAL
ONDE O SABOR É MUITO E O PREÇO É “PORCO”
UM AMBIENTE DEMOCRÁTICO, DO CÍCERO, DO
HEITOR E DO PRÁTICO, CHAMADO
“REPUBLICA DO PORCO”, QUE ASSIM,
COMO O MAESTRO, É UM LUGARZINHO MUITO SIMPÁTICO.
AQUI O AGENOR, AO LADO DO FILHO ANDRÉ,
OFERECEM O VERDADEIRO PÃO DE QUEIJO MINEIRO
E O MELHOR SABOR DO CAFÉ
E SE PODE AINDA PREPARAR SEU LANCHE
DO JEITINHO QUE OCÊ QUISÉ.
SEJA BEM VINDO TURISTA E MORADOR DA CIDADE
TRAGA O SEU SORRISO, RECEBA NOSSA AMIZADE,
OBRIGADO PELA PRESENÇA, PROVE NOSSA QUALIDADE
O QUE MAIS INTERESSA NA REPÚBLICA DO PORCO,
É A SUA FELICIDADE.

terça-feira, 12 de julho de 2016

"Denorex"




Na década de 1980 um jovem chegou em Poços de Caldas e seduziu a sociedade local pelo carrão do ano, roupas de grife e altos gastos financeiros nos restaurantes e bares da cidade. Passou alguns meses na cidade, frequentando festas badaladas, sendo acolhido pela high society, namorando patricinhas, vivendo do “bom e do melhor”. Tempos depois, o “playboy” (expressão usada naqueles tempos) foi desmascarado: na verdade, era um estelionatário com diversas passagens (não aéreas) pela polícia. Na mesma época, a televisão veiculava o comercial do produto “Denorex” (ainda existente): um anti-caspa que parecia um remédio, mas era apenas um shampoo e por isto o slogan “parece, mas não é”. Daí o caso do rapaz que conseguiu enganar toda a cidade passou a ter o mesmo nome do shampoo.
Hoje, com o crescimento e o desenvolvimento da cidade, ficou mais difícil identificar casos como o citado, porém, é inegável a existência de muitos “Denorex” circulando pela coletividade. Eles chegam com pompa e circunstância, títulos acadêmicos, posturas de executivo, ligam seus laptops e convencem dezenas de pessoas com “novas abordagens” sobre determinado assunto. Acabam por seduzir muitos empresários e autoridades, que, encantados e inebriados com o “novo”, acabam por endossar o passe daquele ser que veio, finalmente, para apresentar uma “técnica revolucionária”, uma “postura diferenciada”, um “novo olhar” sobre o tema. Posteriormente, com sorte e algumas perdas, acabarão por descobrir que o ser em questão, era apenas uma “casa de esquina”, com muita frente e pouco fundo e que compraram “gato por lebre”.
Um ditado antigo afirma que “santo de casa não faz milagres”. Vamos mais longe. Muitas vezes, nem santo é considerado. Quantos profissionais de gabarito, com experiência, conteúdo e honestidade, com anos dedicados a determinado setor no município são relegados, substituídos e desvalorizados pela chegada da “embalagem” daqueles que “parecem, mas não são”?
Nada contra o novo, nem contra aqueles que chegam para contribuir com seus conhecimentos para o crescimento da cidade. Contudo, cabe um alerta no sentido de se “separar o joio do trigo”, antes de acreditar naqueles que chegam em um dia e voltam no outro, apenas, como aves de rapina, sem comprometimento e sem história, fazer a cabeça das pessoas, buscando tão somente alcançar seus objetivos pessoais.
É preciso ter muito cuidado para não acreditar em propagandas enganosas.