segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Séquisso


 Sexo é o assunto mais antigo e mais contemporâneo da história da humanidade. Pesquise a palavra “sexo” no Google e encontrara 212 milhões de resultados. É sem dúvida, o tema mais discutido, o mais comentado, o mais divulgado, o mais debatido e, talvez, o menos compreendido.  O que poderia ser enxergado como uma atitude natural, orgânica, abençoada por Deus e bonita por natureza, ao longo do tempo, se tornou tema controverso e polêmico. A começar pela ideia de associar sexo ao pecado que tanto mal gerou a nos remeter à culpa e ao medo.
Mas, se antes nos colocaram na cabeça que sexo era pecaminoso, hoje, virou ato obrigatório, como receita que devemos provar, medicamento que necessitamos tomar para vivermos felizes.
Você está triste e desanimado?
Experimente Sexo. Agora em nova embalagem.
Ligamos a televisão e um programa ensina aos jovens o que é ereção. Sintonizamos o rádio e um especialista comenta sobre a importância do orgasmo nas relações sexuais. Abrimos as páginas dos jornais e revistas e ficamos sabendo sobre a descoberta de um novo medicamento que promete prolongar o nosso prazer.
E com tanta gente nos ensinando o que é sexo, muitos vão para cama com um manual na cabeça e o medo danado de errar em alguma regra, de cometer alguma gafe e a possibilidade de perder pontos com o parceiro ou parceira. Temos que ser atletas sexuais no campeonato da virilidade, da boa forma, da masculinidade e da sensualidade.
Se os adultos já não sabem, como papais e mamães, o que é sexo, nos dias atuais o que estarão sentindo os jovens, atropelados pelo excesso de informações, pelos exemplos de alta performance sexual exibidos pelos atores e atrizes das novelas das seis das sete e das oito?
Somos impotentes perante a indústria do sexo a nos vender corpos, roupas, artefatos, remédios, comportamentos. A própria virgindade deixou de ser escolha individual e intransferível, para ser produto midiático a alimentar a indústria do entretenimento e a do prazer a qualquer custo.
Sem querer esgotar o assunto, cabe por último ressaltar que sexo é bom, é divino e faz parte da natureza humana. Ruim foi o que fizeram com o sexo. No passado, relacionando-o à culpa e ao medo e nos dias atuais, ao comércio e a competição.