segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Desejos



Que 2015 seja o ano do encontro;
Do seu corpo com sua alma;
Do seu coração com suas verdadeiras emoções;
Que muito além do dinheiro, você possa descobrir sua insubstituível missão, aquilo que somente a você cabe realizar neste planeta Terra;
Que muito antes do amor de alguém, você se ame por demais, consciente que a sua imagem no espelho, não revela verdadeiramente quem você é;
Que compreenda o mundo exterior como resultado daquilo que você constrói diariamente em seu mundo interior e reconheça nos seus sonhos, a sua mais autêntica realidade;
Que você seja livre no pensamento e nas atitudes e não se deixe aprisionar em qualquer uma das diferentes embalagens da escravidão;
Que descubra a si mesmo, ao invés de buscar descobrir-se no outro;
Que lembre sempre, do nascer ao pôr do sol, ser imagem e semelhança do Criador e que tudo pode, pois, Ele o fortalece;
Que você não seja espectador, vítima, ou mero figurante do que possa ocorrer em sua vida, mas sim, o protagonista da própria história;
Que você possa, sobretudo, ser muito feliz ao percorrer o caminho mais importante de todo ser humano: ir ao encontro da sua essência. 

domingo, 7 de dezembro de 2014

A um amigo que se foi



Dias atrás ao olhar distraidamente para uma pessoa na rua pude ver nela, não sei a razão, um amigo que já não se encontra mais no plano visível. Estranha sensação esta, a de sentir tão próximo, pessoas que já se foram, como se bem ali na esquina pudéssemos conversar sobre assuntos da vida que segue. Pude notar aquele mesmo jeito desleixado de cuidar sem se cuidar, o corpo permanentemente esguio, a usual camisa branca de manga curta por sobre a calça jeans surrada e o sapato igualmente desgastado por tanto caminhar. Na face, a barba sem fazer e os óculos esperando sempre o auxílio das mãos, aquelas mesmas que seguravam a pasta preta contendo sabe-se lá o quê.
Peguei-me então, falando aquelas frases introdutórias e tão banais do cotidiano. “E aí? Como estão as coisas? Só na correria?”. E a resposta acompanhada daquele sorriso comum entre os que se reconhecem amigos.  “Estamos aí, correndo atrás do prejuízo. Não pode é parar, né?” (Ironia constatar que a vida para de repente apesar ou em razão de tanto correria).
Como era hora do almoço resolvemos colocar a prosa em dia em um restaurante que também já havia encerrado suas atividades. Um local de muitos encontros entre outros amigos e que apelidamos de “Without family”, freqüentado apenas por aqueles que julgávamos “sem família”.  
E voltamos a falar da mulher que amávamos e aquelas que passaram por nós sem amor. Rimos com as piadas de sempre e os micos que pagamos nas amizades compartilhadas de um universo ainda sem internet. Discutimos sobre a eterna política sem solução, o clima das quatro estações em um mesmo dia, o futebol em queda e a inflação em alta.
Por fim, o relógio ainda nos pulsos, trouxe-nos de volta a urgência nas tarefas ainda a cumprir. Despedimo-nos com um abraço imenso que mais parecia um laço a amarrar nossas vidas em um presente eterno.

Ao chegar em casa e em tempos de facebook, acessei sua página e pude ler suas postagens sempre hilárias e suas fotos. Tudo comprovando que a vida continua e que o seu coração insistia em pulsar, mesmo que a ciência tenha diagnosticado o contrário. Nesta certeza, não resistir e postei na mesma página a seguinte mensagem a aguardar sua pronta resposta.  “E aí? Como estão as coisas? Só na correria?”. 

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Séquisso


 Sexo é o assunto mais antigo e mais contemporâneo da história da humanidade. Pesquise a palavra “sexo” no Google e encontrara 212 milhões de resultados. É sem dúvida, o tema mais discutido, o mais comentado, o mais divulgado, o mais debatido e, talvez, o menos compreendido.  O que poderia ser enxergado como uma atitude natural, orgânica, abençoada por Deus e bonita por natureza, ao longo do tempo, se tornou tema controverso e polêmico. A começar pela ideia de associar sexo ao pecado que tanto mal gerou a nos remeter à culpa e ao medo.
Mas, se antes nos colocaram na cabeça que sexo era pecaminoso, hoje, virou ato obrigatório, como receita que devemos provar, medicamento que necessitamos tomar para vivermos felizes.
Você está triste e desanimado?
Experimente Sexo. Agora em nova embalagem.
Ligamos a televisão e um programa ensina aos jovens o que é ereção. Sintonizamos o rádio e um especialista comenta sobre a importância do orgasmo nas relações sexuais. Abrimos as páginas dos jornais e revistas e ficamos sabendo sobre a descoberta de um novo medicamento que promete prolongar o nosso prazer.
E com tanta gente nos ensinando o que é sexo, muitos vão para cama com um manual na cabeça e o medo danado de errar em alguma regra, de cometer alguma gafe e a possibilidade de perder pontos com o parceiro ou parceira. Temos que ser atletas sexuais no campeonato da virilidade, da boa forma, da masculinidade e da sensualidade.
Se os adultos já não sabem, como papais e mamães, o que é sexo, nos dias atuais o que estarão sentindo os jovens, atropelados pelo excesso de informações, pelos exemplos de alta performance sexual exibidos pelos atores e atrizes das novelas das seis das sete e das oito?
Somos impotentes perante a indústria do sexo a nos vender corpos, roupas, artefatos, remédios, comportamentos. A própria virgindade deixou de ser escolha individual e intransferível, para ser produto midiático a alimentar a indústria do entretenimento e a do prazer a qualquer custo.
Sem querer esgotar o assunto, cabe por último ressaltar que sexo é bom, é divino e faz parte da natureza humana. Ruim foi o que fizeram com o sexo. No passado, relacionando-o à culpa e ao medo e nos dias atuais, ao comércio e a competição.