terça-feira, 10 de junho de 2014

Brincar de outra coisa



Admiro (mas não posso dizer que me encanto) ouvir pessoas que sabem a Bíblia de “cor e salteado” e citam várias passagens da “Palavra de Deus”. Sinceramente, me cheira coisa de advogado que ao decorar o Código Penal, acredita ser excelente jurista. 
Mas, deixando tal considerando de lado e indo aos finalmente, quando ouço alguém citar aquela passagem de Jesus em sua fala “deixai vir a mim as crianças, porque delas é o reino dos Céus” (Mateus 19 ,13-15), tenho a certeza absoluta de que Ele queria é despertar a criança existente em cada um de nós.
Contudo, redescobrir o menino ou menina em meio a tanta “adultíce” para não dizer adultério, não é tarefa das mais fáceis. Por isto, por vezes, fico a reparar o comportamento das crianças buscando tirar delas algum ensinamento.
Assim, “ustrudia” estava eu a observar duas crianças brincando, quando em determinado momento o brinquedo que as divertia se quebrou. Observei então que elas até tentaram consertá-lo, mas, foi inútil. Não havia nada a fazer. Pensei - com minha cabeça de gente grande-: E agora, o que farão? Sairão correndo pra casa chorando e pedindo o auxílio dos pais?
A resposta veio no instante seguinte.
Uma delas virou para a outra e livremente proclamou: “Ah! Vamos brincar de outra coisa”.
E seguiram alegres como só elas sabiam ser.
Em determinada época de nossa vida, algo que parecia-nos o bem mais precioso, aquilo que nos fazia realmente felizes, se vai, se quebra, se despedaça em nossas mãos e tristes e apegados perguntamos aos céus: O que fazer?
O melhor ensinamento talvez seja este. O de ouvir a criança que existe em cada um de nós, seguir em frente e exclamar como quem descobriu a liberdade: - Ah! Vou brincar de outra coisa.