domingo, 19 de setembro de 2010

Religião se discute

Dizem que religião não se discute. Talvez porque a palavra discussão tenha conotação agressiva e se assim, melhor é evitar mesmo. Mas, em um mundo materialista, em uma sociedade capitalista e consumista, precisamos conversar e refletir sobre o tema e são inúmeras as questões. O assunto é inesgotável. Mas, nem por isto, devemos nos calar. Se, dizem, a fé é cega, ela não deve, porém, cegar as pessoas.
Essencial, por exemplo, é refletir sobre a busca pela liberdade religiosa na eliminação do preconceito. Toda pessoa tem o direito de escolher a sua crença e também o de não ter crença nenhuma. Assim, o respeito a qualquer manifestação religiosa é fator fundamental na promoção da paz e no combate a intolerância e ao fundamentalismo religioso.
Em nome da religião muito se construiu, mas também, muito se destruiu na história da humanidade. Em nome do divino e, isto acontece até os dias atuais, a existência de tragédias, guerras e mortes. Em um momento de eleições em nosso país, para citar outro exemplo da utilização do sagrado, são muitos os candidatos que se dizem conduzidos por Deus, utilizando este argumento nos seus slogans de campanha na busca pelos votos nas urnas.
Outra questão a ser analisada é que se o ser humano na Terra é o elo, o mediador entre o profano e o sagrado, necessário refletir que o humano é, por natureza, falível, inconstante e finito em seu conhecimento.
Por tudo e como tudo, a religião é instrumento de valorização da pessoa, no respeito a si mesmo e ao outro, no amor a si e ao próximo. Mas, também é, infelizmente, fator de divisão entre os homens, quando trabalha inescrupulosamente a fé das pessoas, quando se apropria da liberdade, quando se torna ferramenta de poder e de manipulação.