segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Lições do Pan

O esporte é a metáfora da vida. “Viver é lutar. A vida é combate, que os fracos abate, que os fortes, os bravos, só pode exaltar”. (Gonçalves Dias). É preciso ter jogo de cintura, resistência e flexibilidade para enfrentar as batalhas diárias pela sobrevivência. Aprendemos com as vitórias e, por vezes, bem mais com as derrotas. Éramos o favorito para aquela vaga, mas, fomos vencidos ao subestimarmos o adversário. É a lição da humildade. A doença nos atacou e quando achávamos que não tínhamos mais força, uma luz nos motivou e reconquistamos a saúde. É a lição da persistência. Ocupávamos um cargo importante, nos encantávamos com o poder e, tempos depois, tudo se perdeu e se findou. É a lição da temporalidade das coisas.
Ao acompanhar os Jogos Pan-Americanos, impossível não aprender com as imagens que o esporte nos oferece como espelho da dicotomia no cotidiano. O choro e o riso. O pódium e o esquecimento. A decepção e o contentamento. O aplauso e a vaia.
Os ensinamentos múltiplos do esporte são para a vida. Adversários não são inimigos. A vitória e a derrota são momentos, também passam. O tempo é muito importante para ser gasto à toa. Saber perder também é uma vitória. Dedicar-se ao máximo é o mínimo que se pode fazer quando se busca o sucesso. Treinar muito pode não levar a perfeição, mas, é o melhor caminho para isto.
O Pan realizado no México trouxe muitos aprendizados para o próprio esporte brasileiro que, apesar dos títulos conquistados como terceira força nas Américas, ainda carece de melhor infraestrutura para possibilitar ao atleta nacional o seu melhor desempenho. Irônico pensar ainda, que enquanto os atletas disputavam medalhas para o esporte brasileiro, em Brasília, a corrupção entrava mais uma vez em campo e no próprio Ministério dos Esportes.
Outra lição foi dada no mercado da comunicação. Os Jogos Pan Americanos foram transmitidos pela Rede Record de Televisão que venceu a disputa com a Rede Globo pela exclusividade de transmissão. Infelizmente, uma emissora tão importante como a Globo foi omissa e não aprendeu as lições que o esporte nos traz: a humildade na derrota e o compromisso com a missão. A competitividade de mercado e a luta pela audiência não podem suplantar a importância da informação. Com certeza, a Globo não perdeu só a audiência, mas também um pouco da sua credibilidade como uma das mais importantes redes de televisão do mundo. O esporte ensina muito, mas, assim como na vida, precisamos estar atentos às suas lições, na certeza de que o maior troféu é chegar ao final do campeonato com a consciência de ter feito o melhor.

domingo, 30 de outubro de 2011

Ver a cidade

Poços de Caldas completará 139 anos de vida em 06 de novembro próximo. Redundante proclamar as belezas desta ainda jovem estância, expressões da natureza nas matas que nos rodeiam, nas fontes naturais e sulfurosas que suavizam a existência. Mas, se tamanha dádiva nos encanta, é necessário ir além do perfume. Claro, é natural se inebriar com a beleza das flores. Todavia, não se deve perder a consciência de cuidar muito bem do jardim. E como estamos fazendo isto? Quais sementes estão sendo plantadas? Que frutos realmente desejamos colher? Que presentes estamos oferecendo ao município buscando preservar este “paraíso escondido entre as montanhas?”
Importante ver a cidade com veracidade. Ir além da embalagem e pensar no conteúdo. Para isto, a premissa de que “jardineiros” somos todos nós. Cada um tem sua parcela de responsabilidade refletida nos atos simples do cotidiano: é o lixo jogado no lixo, a água sendo consumida como bem finito, a não depredação dos bens naturais e do patrimônio arquitetônico. A tarefa de semear é complementada com atos de cidadania: respeitar as leis do trânsito, praticar a solidariedade e o voluntarismo, entre outros.
Mas, é preciso mais. É ver a cidade com olhos críticos de quem percebe o desenvolvimento, mas, que se preocupa como isto irá afetar a sustentabilidade e a qualidade de vida (já tão propagada) dos seus privilegiados moradores.
Voltamos novamente ao exercício do fazer político, que vai além de votar ou ser votado. Votar não é dar procuração irrestrita para que o prefeito, vereador, deputado ou presidente, façam o que bem entendem. É necessário ter amor exigente e fiscalizar, cobrar e exigir respostas às demandas da comunidade.
É ver o lixo que depositamos nas ruas, sem perder a noção de que são geradas mais de 120 toneladas de resíduos no município. E perguntar: quando teremos uma usina de Tratamento de lixo em acordo com as leis ambientais e o Plano Nacional de Resíduos Sólidos?
É ver o crescimento crescente das indústrias e empresas e questionar: teremos, daqui há 10, 20 anos, água e energia elétrica para sustentar este avanço? O que estamos fazendo hoje para que esta estrutura seja suficiente? O Plano Diretor, que precisa ser revisto, está sendo a bússola a nos orientar?
É ver o crescente número de veículos e indagar: quando teremos um planejamento macro de mobilidade urbana? Que estudos estão sendo feitos atualmente para que o transporte coletivo seja realmente prioritário? Quando teremos ações efetivas para se reduzir à mortalidade no trânsito, principalmente, no que se refere a acidentes envolvendo motocicletas?
É ver o turismo como verdadeira essência de nossa cidade e fonte de receita para os cofres públicos e refletir: quando teremos um planejamento turístico a médio longo prazo que realmente nos prepare com toda a infraestrutura para alcançarmos novos patamares no mercado?
De novo, é preciso ver a cidade com veracidade em todos os setores: educação, cultura, saúde, habitação, transporte público, meio ambiente, turismo. O privilégio de viver aqui, não pode ser a venda que nos impeça de enxergar e comprar tudo o que nos tentam vender: a nossa beleza natural, o nosso clima, a nossa qualidade de vida.
Vale refletir: quando teremos tempo e vontade política para planejar ao invés de improvisar? Inovar ao invés de repetir? Conversar muito (mas não somente entre nós) antes de fazer? Somar esforços coletivos ao invés de dividir interesses partidários e individuais?
Ver a cidade com veracidade em seu aniversário é dizer:
Obrigado Poços de Caldas. Você é o nosso maior presente.
Que saibamos realmente cuidar do seu futuro!

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Pão e Circo

Tenho lá minhas dúvidas se você, leitor, irá seguir até o final deste texto. Isto porque vou abordar e “atricotar” o tema cultura. No Brasil, falar em cultura por vezes nos deixa acanhados. Primeiro que não sabemos realmente o que é cultura. Parece que temos que ser muito “cultos” para falar sobre isto. Tem a ver com educação, mas também envolve a arte, o lazer, o entretenimento. Em uma pesquisa rápida, verificamos que a palavra cultura vem do latim colere que significa cultivar. Uma definição genérica formulada pelo antropólogo inglês, Edward Tylor (1832-1917) diz que cultura é “aquele todo complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e aptidões adquiridos pelo homem como membro da sociedade”. Complexo mesmo né?
Apesar deste conceito genérico, temos o hábito de “enxergar cultura” apenas com relação às manifestações artísticas: teatro, dança, música, artes plásticas. Além disso, dividimos a cultura em duas partes: a erudita e a popular. Tal divisão define também o público e o status. O erudito é produto de consumo da elite e a popular, conforme a própria palavra, aquilo que é produzido pelo e para o povão. Mais: o erudito seria o intelectual, o dono do saber, do conhecimento científico e acadêmico. E o popular seria o vulgar, o massificado pela indústria cultural. Neste cenário, muitos consideram um sacrilégio, um “assassinato”, quando alguém quer , por assim dizer, popularizar o erudito. Em Poços de Caldas, por exemplo, quando o Maestro Agenor Ribeiro Neto, busca, à sua maneira, junto com os integrantes da Orquestra Sinfônica local, “popularizar a música clássica” no evento Sinfonia das Águas, sofre muitas críticas dos que pretendem “preservar a música erudita”.
Cultura é o “Música nas Montanhas”, mas também é a Festa de São Benedito, os congos e caiapós. É o Conservatório Musical, mas também, os movimentos de hip hop, street dance, o Radar Musical e o Viva Urca. É a Cia Bella, a Feirinha do Artesanato, mas também, as emissoras de rádio e televisão, os jornais e revistas, o carnaval, os shows e os eventos na Urca.
Não dá para falar de cultura sem política cultural. “Diversão e arte para qualquer parte. Diversão, balé, como a vida quer”. O que percebemos em nossa cidade é a iniciativa e o esforço individual de muitos, porém, sem planejamento, sem estrutura, sem norte, sem união. Não adianta uma divisão de Cultura, se existe uma cultura da divisão. Na cidade, existe a secretaria de Turismo e Cultura. Um dos questionamentos é será que este é o lugar correto da pasta? Dada a riqueza cultural da cidade, não existe a necessidade de uma secretaria que abrigue somente a Cultura?
Não dá para falar de cultura, sem falar de dinheiro. “A gente não quer só dinheiro, a gente quer dinheiro e felicidade”. Assim, as leis de incentivo existem, mas a dificuldade é enorme quando se trata de buscar empresas apoiadoras, já que a política tributária não auxilia a captação de recursos e a informação sobre os benefícios não chega até as empresas. Iniciativas como o programa de patrocínios do grupo DME auxiliam e são muito bem vindas, porém, não resolvem a situação. Em janeiro deste ano, a administração local anunciou a criação da Fundação da Cultura, vinculada também a empresa DME Participações. Porém, até o presente momento e até onde se sabe, houve algum curto circuito e o projeto está parado.
Enquanto isto, sobrevivem na terrinha os titãs da nossa cultura com a consciência de que “a gente não quer só comer, a gente quer prazer para aliviar a dor”.

sábado, 15 de outubro de 2011

Professonhos

Ao andar pelas ruas, repare na quantidade de sonhos que estão ali ao seu lado.
Vê aquele jovem que caminha apressado? Um sonho anda junto com ele: o de se tornar engenheiro. E o daquela pessoa mais adulta ao telefone? Um sonho fala diariamente aos ouvidos dela: adquirir uma casa própria.
Perceba aquela senhora sentada no banco da praça.Um sonho está sentado ali ao lado dela: rever a sua cidade natal na Itália.
Vê aquela criança brincando no parque? O sonho dela é de ganhar uma boneca. Já o do pai que a acompanha: o de arrumar um emprego.
Aquela mulher solteira tem o sonho de se casar, e sua irmã casada, o de ter um filho.
O doente de se curar e o atleta o de bater um recorde.
Há quem sonhe em escrever um livro e quem persegue o de publicar um best seller.
O que sonha há anos em ter o seu primeiro carro e o que alimenta ter uma Ferrari.
É possível encontrar, sem preconceitos, gente que aspira um local para abrigar os moradores de ruas e pessoas sonhando em colocar silicone nos seios.
Mas, na múltipla, diversificada e interminável lista, há um lugar especial reservado àquelas que carregam na alma, o sonho de ser professor ou professora.
Mas, o que é ser professor senão, professar os sonhos dos outros. Acompanhar, orientar e desejar que a educação possa ser realmente o caminho para a realização concreta dos quem têm sonhos. Não deixar de acreditar nunca, ter a certeza da possibilidade concreta até dos sonhos ditos impossíveis. Enxergar aquela luz que brilha nos olhos de muitos e não deixar que ela se ofusque.
Ser professor é lutar contra o apagador de sonhos no quadro negro da injustiça social, que chega pelo caderno das nossas mazelas, pelas linhas da violência, da corrupção e da miséria.
Ser professor não é somente celebrar a vida, é comungar com ela, os sonhos de todos nós. Ser professor enfim, é viver os sonhos, acreditar nos sonhos, alimentar os sonhos.
É ser professonho.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Dia dos adultos

Quarta feira, 12 de outubro, Dia das Crianças, além de ser o dia da padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida. Com relação às crianças, sabemos, mais uma data comercial criada para vender produtos. O que não é de todo tão mal, pois, mantém o círculo vicioso de vender, manter e gerar empregos e novamente gerar vendas. Aproveitando a data, muitos ainda arrecadam brinquedos ou doces para crianças carentes e outras aproveitam para visitar creches e deixar doações. Tudo muito louvável. Mas, o que na verdade queremos propor é pedir licença às crianças e falar a elas sobre nós, os marmanjos, os “tiozãos”, os adultos.
Sim, crianças, vocês podem não saber, mas nós brincamos muito também. Sabe aqueles carrinhos de plásticos ou de metal que vocês têm e brincam com eles na calçada ou mesmo dentro de casa? Nós também brincamos com os nossos veículos no trânsito. No autorama da vida, aceleramos, fazemos curvas arrojadas, participamos de rachas, desrespeitamos a sinalização, ultrapassamos em locais proibidos. Somos os super heróis do volante. Pena que diferentemente das histórias em quadrinhos, muitos realmente morrem no transito.
E você aí, criança já jogou o Banco Imobiliário que antigamente era em papel e agora está virtual? Pois é. Nós brincamos também com o dinheiro, principalmente, do cidadão. Temos o jogo da corrupção, o jogo do poder, o jogo das falcatruas. O objetivo é ganhar dinheiro à custa do cidadão que paga impostos. O interessante destes jogos são as regras. Por exemplo, muitas vezes, um jogador é considerado culpado pela sociedade por ter roubado, mas, de repente, ele paga uma carta especial chamada propina e olha ele jogando novamente com o dinheiro público.
Você criança, deve ouvir falar muito de meio ambiente na escola não é? Sabe por quê? Ao longo do tempo, nós adultos fizemos e ainda fazemos muita arte. Destruímos as florestas, ateamos fogo nas matas, poluímos os rios, gastamos muita água desnecessariamente, matamos os animais pelo simples prazer. Por isto, merecemos levar mesmo umas palmadas da mãe natureza.
Bem, criança, este papo está ficando muito chato, não é? Falta nele alegria, a inocência, a espontaneidade que só você criança tem.
É que chega um momento que é tempo de ser adulto. E que não dá mais para ser criança, muito menos, de brincadeira.

sábado, 8 de outubro de 2011

Previsão do tempo

No dia 07 de outubro passado começou a contagem regressiva de 365 dias para o primeiro turno das eleições municipais de 2012 que definirá o próximo prefeito, vice e vereadores das 5,5 mil cidades do país, entre elas, Poços de Caldas.
Se os eleitores estão cansados, indiferentes, apáticos, alienados, desanimados, alheios, enfastiados, desinteressados, pessimistas, entediados, desiludidos em relação ao pleito municipal, os partidos e possíveis candidatos já começaram suas “campanhas internas” visando determinar as estratégias para a próxima disputa eleitoral.
Ainda é cedo para avaliar o que poderá acontecer no decorrer do período, já que, como disse Magalhães Pinto (1909-1996), “política é como nuvem, você olha e ela está de um jeito, olha de novo e ela já mudou”. É possível, no entanto, utilizar o serviço de “mentirologia” para se tentar entender ou mesmo conjecturar previsões eleitorais, ressaltando que “chuvas e trovoadas”, além de “tsunamis”, podem acontecer a qualquer instante.
Aqui na terrinha, até o presente momento, só existe um candidato ao executivo municipal: o atual prefeito Paulo César Silva que deverá tentar sua reeleição, se as convenções do seu partido (PPS) e coligados, o referendarem. Como “céu de brigadeiro” inexiste em períodos pré-eleitorais vem a pergunta - relâmpago: o tempo estaria bom para a reeleição?
Ao que parece, o grande problema para o atual chefe do executivo é a nuvem negra da falta de recursos financeiros da prefeitura. Isto impede a realização e o término de obras e programas, semeia discórdias, causa descontentamentos e frustra o cidadão. Além disso, o prefeito parece estar enfrentando as “queimadas” no seu próprio habitat, o que infertiliza a possibilidade de novos cultivos e torna a desertificação um grande perigo. Será necessário adubar o terreno com criatividade e muito diálogo para colher boa safra no futuro, lembrando que a temperatura vai ficando mais quente e a pressão atmosférica se eleva a cada dia que passa.
Outra característica ambiental é a existência de muita ventania e pouca tempestade. Ou seja, fala-se muito, e, posteriormente, percebe-se que era apenas chuva passageira. Neste sentido, em Poços, salvo melhor avaliação, existem nomes que são sempre “prefeituráveis”, entre eles, o empresário Laércio Martins (PMDB) o ex-diretor do DME, Cícero Machado de Moraes, o vereador Antonio Carlos Pereira (DEM), o vereador Waldemar Antonio Lemes Filho (PMDB), o deputado estadual Carlos Mosconi (PSDB) e o vereador Marcus Eliseu Togni (PSB). Além destes, existem os que já foram, mas, podem aproveitar as fases da lua e retornarem: o deputado federal Geraldo Thadeu (PSD), Sebastião Navarro Vieira Filho (DEM) e Paulo Tadeu Dárcadia (PT). Relacionados ainda na atual atmosfera eleitoral, existem estudos climáticos que permitem observar o aparecimento de novas variáveis: o presidente da Coopoços, Sérgio Azevedo (PSDB), o secretário municipal de projetos e obras públicas, Álvaro Cagnani (PSDB) e, além destes, a representatividade feminina, com a secretária de turismo, Maria Lúcia Mosconi (PSDB) e que já disputou uma eleição, a ex-secretária de turismo, Teresa Navarro ou mesmo (quem sabe?), a vereadora Maria Cecília Figueiredo Opípari (PSB).
A partir de agora, muitas fenômenos climáticos devem acontecer sendo necessária a constante observação telescópica da atmosfera. Necessário também ficar de olho no calendário eleitoral. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, as convenções partidárias para a escolha dos candidatos devem ser feitas entre 10 e 30 de junho e os candidatos terão até 5 de julho para registrar as candidaturas. A propaganda eleitoral no rádio e na televisão começa em 21 de agosto e vai até 4 de outubro, três dias antes da realização do primeiro turno. Com relação à propaganda, o tempo é outro, ou seja, a definição de quantos minutos terá um candidato na TV e no rádio, pode ser a diferença entre perder e ganhar a eleição.
Para os candidatos tanto a prefeito, quanto a vereador, melhor mesmo é começar a sair preparado de casa: passar protetor solar, usar camisa leve, calça jeans e sapato confortável. Mas, não esquecer de levar em uma sacola, o guarda chuva (ou sombrinha) e um agasalho, vai que...
Assim como o tempo, na política, o que parece, às vezes, realmente aparece, mas, a qualquer momento, desaparece.