Ao longo da
vida conhecemos vários casais que estão juntos há 10, 20, 30 anos ou mais.
Vivenciando longas-metragens ao invés de seguirem os curtas tão em moda nos
dias atuais. E se perguntarmos a cada um como fizeram para
permanecer juntos, apesar das diferenças, apesar dos problemas, apesar das discussões
e dos conflitos, apesar do crescimento no número de separações, não iremos
encontrar uma resposta única. Sim, porque existe um tempero próprio, um modo de
fazer à moda da casa que resultou na cumplicidade, em um partilhar e
compartilhar. A persistência venceu os problemas, a vontade de ficar junto
venceu o cansaço. O insistir venceu o desistir.
Mas claro, não foi sem trabalho, não foi sem esforço. Porque amar também dá
trabalho, exige paciência, requer cuidados e determinação. Não dá para dizer eu
te amo e achar que tudo termina ali. Pelo contrário, tudo começa ali.
Dias atrás ouvimos uma pessoa afirmar que um
relacionamento a dois só dá certo nas telas do cinema. Ousamos discordar. Conhecemos
casais que estão juntos pela aliança
mútua de um compromisso firmado baseado em um roteiro de respeito e fidelidade.
Casal perfeito? Longe disso, pois se reconhecem como humanos. Mas se esforçam
diariamente para manter viva a chama em um universo onde tudo leva à descrença,
à individualidade, ao egoísmo.
O monólogo, por
vezes, é mais fácil. Ser o personagem principal sem precisar dividir as cenas,
encanta e seduz. Por isto não são poucos os que pensam em viver tão somente o verão do
encontro e paradoxalmente congelar os momentos felizes. Sem receitas prontas, para vivenciar
um verdadeiro filme de amor é essencial reconhecer que o inverno vai chegar e
poderá fazer tremer o relacionamento. Por vezes, o outono fará cair às folhas.
Contudo, insiste a esperança que,, na sequência das cenas, o calor voltará a aquecer os dias e os frutos
virão ainda mais fortes.
Por tudo, ao receber um convite de casamento percebemos não ser um ato individual. É a oportunidade coletiva de renovar nossas crenças nas histórias de amor que acontecem diariamente na vida real por mais que nos pareça o contrário.
O “Felizes
para sempre” enfim, pode não ser apenas o título de filme romântico em cartaz nas
telas de cinema. Pode ser realidade em plena luz do dia em uma segunda feira. Basta querer e desejar profundo. Basta “seguir o roteiro” como, lá de cima, nos ensina o diretor.