segunda-feira, 6 de abril de 2009

Operação topa-buraco

Tinha decidido que não iria escrever nada sobre os buracos nas rodovias do sul de Minas, pois esse assunto já saiu mais de cinco mil vezes na imprensa, e, não resolve: os buracos não saíram de lá. Pelo contrário, “há mais buracos entre Poços e Machado, do que supõe a nossa vã filosofia” (adaptação histórica da frase de Shakespeare).
Recentemente, ao iniciar uma viagem com destino a Varginha, na Operação topa-buraco pela BR 267 (traduzindo: Buracos na Rodovia: 267 mil), que liga (ou desliga?) Poços a Machado, o meu carro caiu dentro de um deles e vejam só, arrumei a maior encrenca com outro motorista, pois bati em seu carro que também estava dentro do mesmo buraco.
E vai aqui minha primeira reclamação: as autoridades (in) competentes precisam ampliar o tamanho dos buracos, pois, os mesmos, já estão causando problemas de estacionamento. E não para por aí, o pior disso, é a briga na justiça entre as cidades interligadas pela “buracovia”, pois, estão querendo cobrar IPTU de quem ocupa os buracos nas estradas. Isso sem contar o pagamento do IPVA (Impossível Passar, Vai Andando)...
O assunto é motivo de piadas, principalmente, em rodinhas de amigos, jogando buraco. Um diz: tem buraco na fila esperando a sua vez para ocupar a estrada. Outro arremata: a estrada melhorou muito, agora só tem um buraco, ele vai de Poços até Machado. E um terceiro diz, filosoficamente : tem muito asfalto naquele buraco.
Contudo, o tema exige seriedade, pois, os referidos buracos estão causando problemas psicológicos em vários motoristas. Muitos estão entrando em depressão, ou seja, é a verdadeira redundância problemática.
Enfim, já que está difícil resolver o problema dos buracos, eles podem virar solução, principalmente, como incentivo ao esporte. Que tal aproveita-los para a realização de partidas de golfe? Ou quem sabe, diversos campeonatos de bolinhas de gude? Um rally, ou um campeonato de bicicross ou motocross? Caminhadas por uma trilha radical? Confesso que o buraco é bem mais embaixo, pois, o tamanho do problema é muito maior que as soluções apresentadas.
As últimas notícias sobre os tais buracos é que eles definitivamente se incorporaram à paisagem do sul de Minas. Tanto é assim, que em muitos deles, já existem cartazes, trazendo algumas mensagens dos motoristas. Veja algumas que anotei:
- “Márcia, minha vida sem você é um buraco sem fundo. Eternamente seu, Raimundo.”
- “Pedro, estou sentindo um vazio enorme sem a sua presença. Cadê você? De sua, Andréa”
- “Carlão, te espero no buraco 18.725. Ricardão”
-“ Vende-se este buraco. Tratar com o DNIT”.
Para finalizar, o melhor mesmo é a gente pensar como já dizia Dercy Gonçalves, que deve estar em algum buraco negro do Universo, como estrela que é. “Por maior que seja o buraco em que você se encontra, pense que, por enquanto, ainda não há terra em cima.”