Assistimos
nos recentes movimentos sociais, a presença do Black Bloc – grupo de pessoas
que se veste usualmente de preto, com máscaras ou faixas cobrindo os rostos e
que parece ter um único objetivo: atacar
de maneira agressiva os bancos, indústrias ou qualquer “alvo capitalista” como
eles mesmos afirmam. Na verdade, o Black
Bloc existe há décadas em todo o mundo e no Brasil, segundo se apurou, pasmem
meus senhores e senhoras, existem vários grupos, sendo o maior, o Black Block Brasil com 35 mil seguidores e o Black
Bloc-Rio de Janeiro com quase 20 mil membros. Para a maioria da população são
apenas vândalos, arruaceiros, rebeldes sem causa que se aproveitam dos
movimentos sociais, para promover quebra-quebra. Porém, segundo declaração a imprensa dos próprios
membros do grupo, o Black Bloc tem
objetivo bem definido na luta contra tudo o que representa o abuso capitalista.
As máscaras, afirmam, são usadas para não serem perseguidos pelos policiais e
evitar ainda a projeção de algum líder para o movimento. Ao vermos membros do
Black Bloc quebrando o que encontram pela frente, utilizando-se de máscaras
para preservar o anonimato, nos permitimos ir além, na analogia da existência no
Brasil, de centenas de mascarados que destroem lares, patrimônios e vidas e se
escondem, por assim dizer, no anonimato e na impunidade.
Quantos
motoristas estão mascarados por detrás dos volantes, fazendo barbaridades nas
ruas e estradas deste país, matando milhares de pessoas durante o ano?
Quantos
policiais se valem da farda para disfarçar o banditismo na violência extrema,
no tráfico de armas e drogas?
Quantos
empresários estão por trás dos colarinhos brancos pagando propinas, sonegando
impostos, contrabandeando produtos?
Quantos comerciantes
se valem dos seus estabelecimentos para enganar os consumidores, no abuso
excessivo de preços, na comercialização de produtos vencidos, no acréscimo de
centavos imperceptíveis no check out?
Quantos
políticos se travestem nos seus ternos engomados e sapatos polidos de homens sérios
e comprometidos com o povo, para obterem vantagens pessoais através de
comissões ilícitas, de mensalões, nos
acordos fraudulentos de gabinetes, no tráfico de influencia, usando e abusando
da máscara da autoridade?
Perguntamos,
além do Black block, quantos mascarados existem neste país em instituições da
mais alta credibilidade, extorquindo,
manipulando, seqüestrando, destruindo famílias, pessoas e bens?
“Brasil,
mostra tua cara, quero ver quem paga, pra gente ficar assim” (Cazuza