domingo, 12 de abril de 2009

BRASILEIRO

Apesar de conviver com a corrupção generalizada, com as falcatruas e os maus exemplos daqueles que deveriam ser modelos de ética e de conduta ilibada, o cidadão brasileiro, em sua grande maioria, preserva o nome, como o seu maior patrimônio.
Através da persistência, da luta contra as dificuldades, do amor à família, o brasileiro, que não desiste nunca, cumpre com os seus compromissos, no trabalho honesto de cada dia.
Por vezes, se desanima com o salário injusto, com a ganância dos mais ricos, com os preconceitos, com a burocracia do governo que emperra seus sonhos, com uma justiça morosa e, não raro, injusta, um sistema de saúde deficitário e com os privilégios dos políticos. Mas, no outro dia lá vai ele, cabeça erguida, com fé em Deus e em seu santo de devoção, cumprir mais uma jornada em busca do sustento da sua família.
Sua face registra os desafios da vida, o cansaço da lida do campo ou das ruas. Mas, seus olhos brilham sempre, com aquela luz especial que só aqueles que cumprem com a sua missão podem ter.
Não ganha titulo de honra ao mérito, nem sai em colunas sociais, não é homenageado em escolas, não empresta o seu nome a ruas ou avenidas. Não ganha busto em praça pública, nem tem seu nome gravado em placas de obras. Não é reconhecido nas ruas, não tem sobrenome tradicional, não concede entrevistas, e morrerá provavelmente anônimo, sem bandeiras ou frases de homenagem em sua lápide.
Mas, é ele quem confecciona as bandeiras, produz as placas, distribui o jornal. É ele quem, com suas mãos, coloca o busto na praça e as placas nas ruas.
É ele, cidadão das casas mais simples, do nome mais simples, da vida mais simples, o maior patrimônio, a grande riqueza de um país chamado Brasil.