Escrevo
como quem pede um abraço
como quem convida um vizinho
como quem perde o passo
como quem busca um caminho
Escrevo
para aliviar o cansaço
para distrair-me do mundo
para gritar-me no espaço
para um mergulhar mais profundo
Escrevo
como quem pede auxílio
como quem se asfixia com o ar
como quem vive em exílio
como quem se afoga no mar
Escrevo
para decodificar a vida
para libertar-me do mal
para retardar a partida
para adocicar o sal
Escrevo
como quem se liberta
como quem se disfarça
como quem se desperta
como quem se diz farsa
Escrevo
para suportar a luta
para liberar o fel
para dividir a multa
para alcançar o céu
Escrevo
como quem se soma e reparte
como quem foi e não partiu
como quem na terra foi marte
como quem da arte pariu
Escrevo
para conversar com a morte
para perfumar-me de incenso
para azarar a sorte
para não morrer de silêncio.
sexta-feira, 17 de abril de 2009
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