terça-feira, 11 de agosto de 2009

Dura Lex , Sed Lex?

A vida de qualquer cidadão é regulamentada por leis. Tem lei pra tudo. Pense comigo. Só para começar, se você mora em apartamento, tem as leis do condomínio, se mora em casa, deve respeitar a lei do silêncio, isso sem falar na lei de zoneamento. Ao sair de casa, seja pedestre ou motorista, deve respeitar as leis de transito. Tem gente que leva isso tão a sério que tem lei até no nome: Durcilei, Francislei, Vanderlei. Mas, o mais grave não é a lei da gravidade, é o desrespeito à lei, fruto muitas vezes das ações daqueles que são justamente os responsáveis por elaborar as leis. Alías, o nosso país é um dos poucos onde existe lei que pega e lei que não pega, ou seja, existem leis que já nascem para serem desrespeitadas mesmo. Por outro lado, existem leis no Brasil que pegaram. Uma delas é a que ficou conhecida como a Lei de Gerson, ou seja, aquela dos que querem levar vantagem em tudo, certo?
A outra é a lei do menor esforço, ou seja, faz assim mesmo que tá bom. Outra que pode ter uma releitura apropriada em nosso país é a lei da inércia, criada por Newton, que determina que “na ausência de fatores externos, um objeto em repouso permanece em repouso”. Talvez, por isso, pela inércia de todos nós brasileiros, é que muitos políticos fora da lei, continuam no repouso das suas benesses, exercendo os seus podres poderes, com já disse Caetano.
E olha não é por falta de lei que esse país não se endireita. O Brasil lidera o ranking mundial em matéria de fabricação de leis. Temos 25 mil leis federais, cinco mil decretos leis, mais de um milhão e meio de atos normativos, centenas de resoluções, além das famosas medidas provisórias. Das mais de 22 mil propostas apresentadas por deputados e senadores desde 2003, cerca de 70% delas foram requerimentos e matérias com pouco ou nenhum impacto na coletividade. É lei de mais e soluções de menos, muita atividade, pouca produtividade. E olha que o Brasil é o sétimo país do mundo que paga melhor os seus parlamentares.
Por último vale refletir uma frase de Anacaris, um dos sete sábios da Grécia: “as leis são como teias de aranha, os pequenos insetos prendem-se nelas e os grandes rasgam-nas facilmente.”

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

SOBRE INFLUENZA, STRESS E VIROSE

Se você é da época que quando ficava com difluxo, ou seja, gripado, bastava um chazinho, ou uma beberagem preparado por sua mãe, ou sua avó, sinto em lhe dizer que as doenças mudaram muito. Por exemplo, essa gripe de agora que engripou o mundo global. Quando ela atinge as classes sociais mais influentes, é chamada de influenza A, ou seja, gripe para pessoas influentes da classe A. Em outras palavras, uma gripe com grife. Mas, se você for de classe social com menor poder aquisitivo, que é como os ricos chamam os pobres, aí, não tem jeito, é gripe suína mesmo. É uma gripe tão refinada que exige luva e máscara para ser evitada. Aliás, supera até os doutores da igreja. Em alguns templos da cidade, foi solicitado aos fiéis que eles se cumprimentassem apenas com um aceno de mão ou de cabeça, para evitar o contato físico. Ou seja, confie em Deus, mas desconfie da gripe.
Quer outro exemplo? Antigamente quando uma pessoa se sentia cansada demais, com “excesso de costura”, quer dizer de trabalho, dizia-se que ela estava com estafa. Qualquer coisa, ela tinha um xilique, quer dizer, uma crise nervosa. Nos dias atuais, o mesmo sintoma ganhou uma palavra mais nobre: estresse. Se preferir diga stress, fica très chic. Mas tome cuidado, o stress pode provocar queda na imunidade e você poderá contrair a influenza A. Em outras palavras, a estafa pode deixar você fraco para pegar a gripe suína.
Outra moda de hoje é a tal da virose. Ela pode ser atribuída a qualquer doença quando não se descobre a causa. O médico virou você de bruços, virou você de lado, virou você de frente e não descobriu a doença. Nem bem você virou as costas e ele lhe dá o diagnóstico: Você está com virose!
É, o mundo das doenças está cada vez mais difícil de ser traduzido.
Por tudo e em caso de dúvida, o Ministério da Saúde, adverte: não desaparecendo os sintomas, procure um médico, acompanhado de um dicionário.