segunda-feira, 28 de outubro de 2013

O país dos mascarados


Assistimos nos recentes movimentos sociais, a presença do Black Bloc – grupo de pessoas que se veste usualmente de preto, com máscaras ou faixas cobrindo os rostos e que parece ter  um único objetivo: atacar de maneira agressiva os bancos, indústrias ou qualquer “alvo capitalista” como eles mesmos afirmam.  Na verdade, o Black Bloc existe há décadas em todo o mundo e no Brasil, segundo se apurou, pasmem meus senhores e senhoras, existem vários grupos, sendo o maior, o Black Block  Brasil com 35 mil seguidores e o Black Bloc-Rio de Janeiro com quase 20 mil membros. Para a maioria da população são apenas vândalos, arruaceiros, rebeldes sem causa que se aproveitam dos movimentos sociais, para promover quebra-quebra.  Porém, segundo declaração a imprensa dos próprios membros do grupo, o Black Bloc  tem objetivo bem definido na luta contra tudo o que representa o abuso capitalista. As máscaras, afirmam, são usadas para não serem perseguidos pelos policiais e evitar ainda a projeção de algum líder para o movimento. Ao vermos membros do Black Bloc quebrando o que encontram pela frente, utilizando-se de máscaras para preservar o anonimato, nos permitimos ir além, na analogia da existência no Brasil, de centenas de mascarados que destroem lares, patrimônios e vidas e se escondem, por assim dizer, no anonimato e na impunidade. 
Quantos motoristas estão mascarados por detrás dos volantes, fazendo barbaridades nas ruas e estradas deste país, matando milhares de pessoas durante o ano?
Quantos policiais se valem da farda para disfarçar o banditismo na violência extrema, no tráfico de armas e drogas?
Quantos empresários estão por trás dos colarinhos brancos pagando propinas, sonegando impostos, contrabandeando produtos?
Quantos comerciantes se valem dos seus estabelecimentos para enganar os consumidores, no abuso excessivo de preços, na comercialização de produtos vencidos, no acréscimo de centavos imperceptíveis no check out?
Quantos políticos se travestem nos seus ternos engomados e sapatos polidos de homens sérios e comprometidos com o povo, para obterem vantagens pessoais através de comissões ilícitas,  de mensalões, nos acordos fraudulentos de gabinetes, no tráfico de influencia, usando e abusando da máscara da autoridade?
Perguntamos, além do Black block, quantos mascarados existem neste país em instituições da mais alta credibilidade,  extorquindo, manipulando, seqüestrando, destruindo famílias, pessoas e bens?
“Brasil, mostra tua cara, quero ver quem paga, pra gente ficar assim” (Cazuza