terça-feira, 7 de janeiro de 2014

A bolha assassina


Quando criança pude assistir pela televisão a um filme de horror americano cujo título no Brasil é “A bolha assassina”.  Uma película clássica do gênero que deixava todo mundo tremendo de medo ao narrar a história de uma “coisa gosmenta” vinda do espaço que crescia de tamanho e engolia tudo por onde passava.
O termo bolha hoje ganhou um sentido diferente no mercado financeiro, mas continua assustando e, por vezes, assassinando, por assim dizer, muitos sonhos de milhões de pessoas no mundo. A bolha, fugindo do economês, seria algo que parece estar em evolução ou desenvolvimento, mas, na realidade, é apenas um efeito ilusório e a qualquer momento pode “estourar” e prejudicar incautos investidores e consumidores comuns.
A pergunta que não quer calar neste início de 2014 é: será que nós brasileiros vivemos algumas bolhas nestes últimos anos e estas estariam prestes a estourar?
Vejamos alguns prováveis trailers deste thriller.
O comércio de maneira geral viveu em 2013, um dos piores Natais dos últimos anos e Papai Noel entrou pelo cano e não pela chaminé e ainda mais de saco vazio, revelando que estejamos caindo na real e o real esteja caindo também.
Na construção civil nunca se viu tanto prédio, tanta obra ser projetada e construída de um dia para outro nos últimos anos, principalmente através do projeto Minha Casa, Minha dívida, digo Minha Vida, da Caixa Econômica Federal.  Hoje a mesma iniciativa pode ser denominada Minha Casa, Minha dúvida: será que existem ainda compradores para tipo de empreendimento? Quem pode nos dias atuais pagar 30% de entrada, ou seja, 45 mil reais, considerando a compra de um apartamento que custe aí por volta de 150 mil reais? Segundo apurado pela revista Veja de setembro, a inadimplência deste programa já chega ao índice de 20%. Economistas (ou alarmistas?) de plantão afirmam que o Brasil vive uma “bolha imobiliária” provocada principalmente pela alta “inexplicável” dos imóveis.
Outro setor bússola da economia é o automobilístico que fechou o ano de 2013 no país com resultado negativo depois de nove anos de incremento de vendas.  A coisa escureceu um pouco também na linha branca, a dos eletrodomésticos, registrando também queda nas vendas em 2013.

No filme “A Bolha assassina” esta explode no final e a paz e a tranqüilidade voltam a reinar. Aqui na terra brasilis, vamos torcer para que não estejamos vivendo o inicio de um filme de horror, resultado de cenas protagonizadas por muitos que se preocuparam apenas com o sucesso de bilheteria (leia-se voto nas urnas) e muito pouco com a vida real e sem fantasia da maioria dos cidadãos.