Quando
criança pude assistir pela televisão a um filme de horror americano cujo título
no Brasil é “A bolha assassina”. Uma
película clássica do gênero que deixava todo mundo tremendo de medo ao narrar a
história de uma “coisa gosmenta” vinda do espaço que crescia de tamanho e
engolia tudo por onde passava.
O termo
bolha hoje ganhou um sentido diferente no mercado financeiro, mas continua
assustando e, por vezes, assassinando, por assim dizer, muitos sonhos de
milhões de pessoas no mundo. A bolha, fugindo do economês, seria algo que
parece estar em evolução ou desenvolvimento, mas, na realidade, é apenas um
efeito ilusório e a qualquer momento pode “estourar” e prejudicar incautos
investidores e consumidores comuns.
A pergunta
que não quer calar neste início de 2014 é: será que nós brasileiros vivemos
algumas bolhas nestes últimos anos e estas estariam prestes a estourar?
Vejamos
alguns prováveis trailers deste thriller.
O comércio
de maneira geral viveu em 2013, um dos piores Natais dos últimos anos e Papai
Noel entrou pelo cano e não pela chaminé e ainda mais de saco vazio, revelando que
estejamos caindo na real e o real esteja caindo também.
Na
construção civil nunca se viu tanto prédio, tanta obra ser projetada e construída
de um dia para outro nos últimos anos, principalmente através do projeto Minha
Casa, Minha dívida, digo Minha Vida, da Caixa Econômica Federal. Hoje a mesma iniciativa pode ser denominada
Minha Casa, Minha dúvida: será que existem ainda compradores para tipo de
empreendimento? Quem pode nos dias atuais pagar 30% de entrada, ou seja, 45 mil
reais, considerando a compra de um apartamento que custe aí por volta de 150
mil reais? Segundo apurado pela revista Veja de setembro, a inadimplência deste
programa já chega ao índice de 20%. Economistas (ou alarmistas?) de plantão
afirmam que o Brasil vive uma “bolha imobiliária” provocada principalmente pela
alta “inexplicável” dos imóveis.
Outro setor
bússola da economia é o automobilístico que fechou o ano de 2013 no país com
resultado negativo depois de nove anos de incremento de vendas. A coisa escureceu um pouco também na linha
branca, a dos eletrodomésticos, registrando também queda nas vendas em 2013.
No filme “A
Bolha assassina” esta explode no final e a paz e a tranqüilidade voltam a
reinar. Aqui na terra brasilis, vamos torcer para que não estejamos vivendo o
inicio de um filme de horror, resultado de cenas protagonizadas por muitos que
se preocuparam apenas com o sucesso de bilheteria (leia-se voto nas urnas) e
muito pouco com a vida real e sem fantasia da maioria dos cidadãos.