quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Oh! Guarda-Chuva!


Dezembro é o mês das chuvas e ele sai apressado, por vezes, amassado, empoeirado, mineiramente esgalepado de dentro dos armários, dos guarda-trecos, por detrás das portas.  Ninguém se lembrava mais dele, porém, quando a chuva aparece, uma pergunta também volta a aparecer no cotidiano: “Alguém viu meu guarda-chuva?”. 
Tá certo que muita gente, geralmente mais idosa, o tenha como companheiro nos dias muito ensolarados, mas, geralmente é quando os pingos caem que os guarda-chuvas saem. Vale lembrar que o feminino do guarda-chuva é a sombrinha, ou, pelo menos, foi assim que aprendi. Alías, por uma educação machista bem do interior mesmo, ou sei lá o que, sempre evitei sair com sombrinha pelas ruas. Veja só que bobagem: prefiro ficar molhado dos pés à cabeça, do que ser visto andando com uma sombrinha pelas ruas.  Como diria Roberto Carlos e uma namoradinha de uma amiga minha, nem mesmo sei o que eles vão pensar de mim. Tenho ainda outras dúvidas sexuais pluviométricas: o guarda-chuva seria o marido da sombrinha? Ou seria um objeto andrógino ou hermafrodito? Será que é por isto que ele sai sempre do armário? O guarda-chuva fica molhado e a sombrinha molhadinha? Ops! Vou deixar pra esclarecer isto com a Laura Muller, antes que seja acusado, nos tempos atuais, de preconceito pluvial, digo, sexual.
Meninos e Meninas. Que fique claro como os dias de sol.  Não tem nada a ver (nem a chover) homem que sai com sombrinha ou mulher que sai com guarda-chuva.  É tudo uma questão de uma chuvinha por cima e, afinal, depois vem o arco-íris.  (Ops 2). (Contudo, me reservo no direito metereológico de me molhar dos pés à cabeça se não houver um guarda-chuva próximo…)
Enfim, enquanto muitos afirmam que a maior invenção de todos os tempos é a roda, ou mesmo o computador, penso que o guarda-chuva é que deve receber tal honraria.  Afinal, ele superou qualquer previsão do tempo, já que sua existência, dizem, remonta 3.400 anos atrás na Mesopotâmia e apesar de tanta evolução tecnológica, nunca foi substituído, nem ficou ultrapassado ou obsoleto.  Um acessório tão simples, utilizado por todo o mundo, das classes mais simples às mais sofisticadas, pelas mais diferentes culturas, sem que tenha sido criada coisa melhor ao longo de séculos, merece verdadeiramente todas as homenagens e pedidos de desculpas.
Oh! Guarda-chuva! (e Sombrinha também!).

Perdoe-nos por tantas vezes que nos esquecemos de você. Ou quando, depois de usá-lo, nem lembramos mais da sua existência e voltamos a lhe esquecer literalmente em tantos lugares. Que você continue a nos manter secos, em meio a tantos molhados, ou mesmo protegidos do calor infernal, com o perdão atemporal de São Pedro.  Amém!