quinta-feira, 9 de abril de 2009

Meio ambiente ou meio de vida?

O meio ambiente virou moda no mundo inteiro. Se por um lado, isso provoca maior conscientização sobre o assunto, por outro, infelizmente, se torna moeda de troca de pessoas e organizações que enxergam apenas o verde do dólar.
O meio ambiente virou meio de vida para muitos.
Na terra brasilis, não é diferente, ou você achou que fosse?
Primeiro porque, apesar de o país possuir muitos recursos naturais, ainda são muitos os que pensam mais nos recursos financeiros. E a nossa terra é fértil para isso.
Repare, são inúmeros os órgãos governamentais e não-governamentais para cuidar da ecologia. Um cuida da água, outro do solo, outro da flora, outro para fauna, outro fiscaliza, aquele pune, porém, inexiste uma ligação entre eles e aí, afloram os meios de se afanar os contribuintes por todos os lados.
A burocracia cumpre a sua parte e “molhar a mão” tem outros significados que nada lembra aquele recurso natural finito, que por sinal, anda necessitando de maior conscientização das pessoas quanto ao seu uso.
Outro dia pude vivenciar um exemplo prático de uma situação “biodesagradável”. Um amigo estava tentando há mais de um ano montar um pesqueiro, seguindo toda a legislação ambiental vigente. Porém, foram tantos os processos burocráticos, as intervenções de diversos órgãos, e algumas interferências querendo prestar “consultoria” que dias atrás, pensei em lhe dar uma camiseta de presente com a seguinte inscrição: “Quer ficar nervoso? Tente montar um pesqueiro”. Na verdade, ele já desistiu da empreitada e comentou que são muitos os pesqueiros que não seguem a legislação e estão em pleno funcionamento, mas ele, por querer ser “certinho”, foi sendo fisgado pelos “órgãos de proteção ambiental”.
Que fique claro que não estamos contra a legislação, nem a fiscalização dos órgãos competentes. Pelo contrário, acreditamos que a lei deve realmente coibir qualquer atitude que possa comprometer o meio ambiente, e, a fiscalização, por sua vez, tem que agir com rigor em relação a isso. Defendemos também as empresas sérias de consultoria ambiental que buscam orientar e nortear pessoas e empresas para a legislação vigente e as ações a serem realizadas. Mas, na prática, ainda notamos, a burocracia emperrando as relações, a falta de transparência nas informações, os órgãos ambientais agindo cada um com a sua própria regra, e neste ecossistema, algumas “consultorias” que têm acesso às decisões se valendo das relações para ampliar os seus projetos financeiros.
É isso. O Brasil é campeão em biodiversidade. Pena que alguns “profissionais” auxiliem o país a se destacar também em biodesonestidade.