segunda-feira, 2 de março de 2009

Banco bom mesmo, só o da praça

No princípio, o homem trocava o que tinha por aquilo que os outros tinham, o chamado escambo. Depois, para estabelecer um padrão de valor e facilitar as trocas, o homem inventou a moeda.
Posteriormente, para guardar as moedas em um local seguro, o homem inventou o banco. E hoje, passados tantos séculos, o homem percebeu que o banco ficou muito maior que ele, e ele, refém do banco. Não é por acaso que foi criada a conta corrente, que tem este nome, pois ficamos realmente acorrentados ao banco.
Hoje, para tudo se precisa de um banco: depósito, saque, empréstimo, aplicação, pagamento de contas...
Mas, para facilitar a vida, principalmente a dos bancos, estes viraram eletrônicos e, na seqüência, inventaram os cartões magnéticos e as senhas, estas que a gente tem que guardar, para o banco guardar o que é nosso.
E para a gente pagar tudo o que eles nos fazem, foi inventada a taxa. É taxa para o talão, para o cartão, para a transferência, a permanência, taxa para se pagar a taxa.
Hoje os bancos são campeões de rentabilidade. A cada mês, eles disputam o Campeonato Nacional de Faturamento Bancário – CNFB. Ora um, ora outro se alterna o campeão.
A primeira regra é que o banco sempre ganha. Quando o país vai mal financeiramente, o banco fatura. Quando vai bem, o banco fatura também. Só tem um momento que o banco perde: quando ele ganha menos.
Mas, verdade seja dita: se não fossem os bancos, talvez não tivesse sido inventada a fila, que é um espaço democrático que o banco nos oferece para ficarmos lá, falando mal das filas e dos bancos.
Plim, plim! Na televisão, o mundo encantado dos bancos.
Um é um banco completo com 120 razões... para eles lucrarem.
Outro é um banco todo seu... menos os lucros, é claro!
Outro foi feito para você... perder dinheiro.
E tem um que nem parece banco. Ou seja, até eles têm consciência de que é melhor mesmo não parecer um banco.
Enfim, caro amigo correntista, melhor banco mesmo, continua sendo o da praça. Pelo menos, por lá, você pode realmente investir na poupança, sem perder os seus fundos.