domingo, 22 de fevereiro de 2009

O CARNAVAL E A CRISE



Já é carnaval em boa parte do Brasil e agora sim, o momento adequado para falar sobre a crise financeira que desfila pelas avenidas do mundo. Sim, porque para nós brasileiros, a crise é apenas fantasia de gringo e com o reinado de momo vamos de porta-estandarte cantando alegremente:
“Ei ! Você, aí ! Me dá um dinheiro aí, me dá um dinheiro aí”.
Todos já sabem, mas é importante lembrar que a crise só entrou na passarela, porque o principal país do primeiro grupo, os Estados Unidos, atravessou a harmonia e esqueceu o enredo. O mesmo ganhador de tantos carnavais e que já fez escola no mundo globalizado, através da alegoria da Bolsa de Valores e do adereço no valor dos imóveis.
“Você, pensa que cachaça é água, cachaça não é água não, cachaça vem do alambique e água vem do ribeirão”.
Após o abre alas norte-americano, houve o aumento da comissão de frente com a entrada de todos os países do primeiro grupo vestindo o mesmo abadá da crise, sem direito a camarote e com milhares de foliões desempregados.
“Daqui não saio, daqui ninguém me tira, daqui não saio, daqui ninguém me tira...”
Agora, cabe ao mestre-sala Obama pegar uma subvenção e tentar um novo tema para manter a evolução do Tio Sam.
Mas, para nós que estamos do outro lado, que é lado, lado de lá, moramos no país do carnaval, e mesmo sabendo que “a bruxa vem aí e não vem sozinha , vem na base do saci” , a nossa coreografia é outra.
Somos do segundo grupo e o que nos interessa no momento, são os quesitos da descontração e da ilusão. O que vale é chuva, suor e cerveja.
E os apuros da crise?
Deixa para a apuração na quarta feira de cinzas.
“Deixa as águas rolar....”.
Por enquanto, vamos desfilando alegremente em nossos carros alegóricos no bloco do terceiro mundo.
“Olha o bloco de sujo, que não tem fantasia, mas que traz alegria, para o povo sambar, olha o bloco de sujo, vai batendo na lata, alegria barata, carnaval é pular”.
Pulemos a crise.

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