O boato se alastrou
Como fogo de morro acima
Não se sabe quem falou
Mas, virou prosa de esquina
Dizem que foi um pastor
Um homem de religião
Que num pesadelo de horror
Anunciou a premonição
O vulcão adormecido
Igualzinho ao pastor
Acordaria estremecido
E espalharia o terror
Seria no mês de Maria
Mês das mães, Nossa Senhora!
Que o vulcão explodiria
Jogando as lavas pra fora
A cidade de real nobreza
Das águas quentes do chão
Soube que, das profundezas
Viria grande maldição
Dos céus surgiram os caças
Era um aviso, triste certeza
Só restaria cinza e fumaça
Da terra da saúde e beleza
Antes porém, de tudo acabado
Como aconteceu com Pompéia
O povo então, foi tocado
Como a vinda de Panacéia
Era gente por todo o lado
Que se encontrava como outrora
Juntou-se o culto e o mal letrado
Houve sogra abraçando nora
Viu-se muito marmanjão
Com cara de arrependido
Gente pedindo perdão
Pelos pecados cometidos
Mas o tempo foi passando
E nada enfim, aconteceu
Um novo dia foi chegando
E o amanhã...amanheceu
Foi um alívio muito grande
A vida voltava ao normal
Não existia o inferno de Dante
Nada daquilo era real
O dia-a-dia foi seguindo
Com a multidão de novo apressada
O vulcão continuou dormindo
Tudo não passou de uma piada
Mas, o pastor continua a insistir
Que o vulcão vai explodir qualquer hora
Pois, o que permanece em nós a dormir
É o amor que na gente inda mora
sexta-feira, 15 de maio de 2009
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