domingo, 22 de fevereiro de 2009

ENTRA ANO, SAI ANO...

As previsões numerológicas e astrológicas se confirmaram e para rimar, deu à lógica: o ano velho terminou exatamente como os anos que o antecederam. Aliás, é cada vez mais impressionante a nossa capacidade em fazer um final de ano no presente, “quinem” os outros do passado. É um RÉplay, um RÉmember. Se final de ano tivesse título seria “Vale a pena ver de novo” (?). Alias, não se sabe a razão de muita gente dizer que “repetiu de ano”. O certo seria “repeti o ano”.
Para variar o Natal voltou a cair no dia 25 de dezembro e o ano novo no dia primeiro de janeiro. Se fosse só isso, a gente até que se conformava, mas vejamos outras reprises.
São Pedro continuou o mesmo, nos “presenteando” (com grande ajuda dos seres humanos, é verdade) com chuvas e enchentes em boa parte do país. E, seguindo o mesmo roteiro, foram registrados novamente, graves acidentes nas estradas, apesar dos esforços de São Cristóvão. Santa Repetência! O que mudou um pouco, diga-se de passagem, ou na passagem, foi São Jorge, que fenomenalmente contratou Ronaldo para tentar fazer milagres no Corinthians.
O Papai Noel com o mesmo traje, as árvores enfeitadas com os mesmos enfeites, as mesmas festas de “semfraternização”, as mesmas comidas e bebidas, os mesmos indesejáveis abraços sem desejos de gente desejando desejar e a “enorme expectativa de descobrir quem é o amigo oculto”, marcaram novamente a Natalidade de um nascimento ocultado por tantos embrulhos.
Na televisão, a eterna majestade do Rei Roberto Carlos com eternos sucessos que nos acompanharão por toda a eternidade. “Mas, eu estou aqui vivendo este momento lindo, de frente pra você, e as emoções se repetindo...”- Ah, pelo menos nisso a gente concorda com o Rei.

Na prova africana da São Silvestre, com o mesmo trajeto, as mesmas fantasias de atletas nos poucos segundos de fama, adivinha quem foram os vencedores? Adivinhão! Uma etíope e um queniano. Destaque-se que tivemos um Cordeiro muito mais mansinho e um Caldeira que, infelizmente, esquentou demais durante a prova...
Ah! mas, teve um momento na TV que houve grandes mudanças. Plin! Plin! Foi o “Rever íon” do Rio de Janeiro, com a tradicional queima de fogos em Copacabana. Foram 20 minutos de explosão de luzes e cores, com 4 minutos a mais em relação a 2007. Ou seja, como diriam os franceses, o Déjá vu foi ampliado, ou no popular brasuca, aumentamos o tempo da mesmice.
Seguindo a linha francesa de raciocínio, que é tré chic, Lavoisier afirmou em sua teoria que “na natureza nada se cria, nada se destrói, tudo se transforma”. Na prática, porém, contrapondo o pai da química moderna, podemos afirmar que nada realmente se transforma no final do ano.
Para finalizar esse texto, que também de novo não tem nada, vamos repetindo o que se tem visto repetitivamente nas propagandas de TV:
Em 2000 inove, tente, invente, faça, pelo menos, um final de ano diferente.

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