domingo, 24 de janeiro de 2016

Afinal, vem aí, mais um início?


 
Tenho em casa muitos livros. Alguns deles são de autoajuda. Estes coloco mais no alto da estante (seriam de alto ajuda?), porque dificilmente os leio novamente. Parece que já sei de tudo o que dizem e, também, porque, apesar deles, vivo pedindo ajuda para o Alto. Por falar nisto, sabem a razão da existência, em um número cada vez maior, de pessoas, que, como eu, vivem olhando para o céu? É que na Terra, a coisa aqui tá preta, já dizia Chico Buarque. Mas, descobri um outro motivo, ou não, diria Caetano. É que alguém (quem?) lá atrás inventou, meio ressabiado, a palavra dúvida e ela só veio se multiplicando até que hoje ninguém tem mais certeza de nada. Ou estou errado? 
Vivemos um mundo cada vez mais lotado de dúvidas. Isto talvez, quem sabe, seja a nossa maior certeza. Uma das provas sobre o tema é digital e visível a olho nu: a tecla “ ? “ do meu computador, sem sombra de dúvidas, é a mais desgastada. Alguém duvida?
Só para exemplificar com fatores reais, ou surreais, vamos começar por este país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza. Haverá impeachment da presidente? O deputado Eduardo Cunha será cassado? Não percam os próximos capítulos desta novela, que pelo menos, até o momento em que redigia este texto, ninguém sabia o desfecho. Neste Vale Tudo brasileiro, me lembrei de uma dúvida que não queria calar: quem matou Odete Roitman?
Voltando aos dias atuais, uma prova se tornou incontestável sobre as nossas incertezas. O site mais acessado do planeta (talvez) nos possibilita a tirar dúvidas: o Google. Aliás, digitei a palavra “dúvida” no referido site de busca e o resultado foi duvidoso: aproximadamente 60. 200.000 resultados. 
Mas, qual era mesmo o objetivo deste texto? Ah, sim era falar sobre o final de ano. Daí não tenho dúvidas pois uma questão me deixa(?), lhe deixa(?) nos deixa(?), em dúvida existencial. Como será o amanhã? Será que o realejo realmente diz que serei, será, seremos felizes? Por onde anda a cantora Simone? 
Serei premonitório: haverá furacões nos Estados Unidos, guerras santas ali onde Alá é Deus e aqui os políticos (de sempre) estarão nos tentando convencer que farão o que nunca os outros (eles mesmos) fizeram. 
Contudo, como é final de ano e início de outro é necessário alimentar o desejo de um ano novo cheio de coisas boas. Como tenho quase certeza que acho que estou em dúvida, pergunto: alguém tem aí um livro de autoajuda para emprestar?

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