terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Romantismo



Era para ser apenas um simples passeio no parque. Caminhávamos de mãos dadas e olhar ao nosso redor, víamos casais como a gente, crianças pedalando suas bicicletas, adolescentes observando a forma física e idosos observando a vida.
Erámos apenas mais um casal em meio a árvores frondosas e pássaros cantantes. 

Não, não se ouvia muitas conversas, pois, no parque é a natureza que tem voz.
Vez em quando, um de nós dois, encostava a cabeça no outro, a dividir o privilégio do silêncio de paz. Palavras são desnecessárias quando o sentimento é quem fala.
Nos sentíamos cumplices de tudo aquilo e, ao mesmo tempo, partilhávamos um momento único, só nosso, daqueles que se reconhecem como parceiros de uma mesma história.
Então, aconteceu, o que, certamente, nunca mais me esquecerei.
Ao andarmos por entre trilhas e arbustos, avistamos um banco de madeira- destes, testemunhas de tantos encontros pelos entalhes de nomes e corações inscritos em sua madeira. Foi então, que ao nos sentarmos, ela retirou delicadamente seus sapatos e, mais uma vez, pude admirar aqueles pés esculpidos por uma beleza sem igual. Daí, ao me ver tão maravilhado, quase hipnotizado, ela segurou minhas mãos e olhando profundamente em meus olhos, exclamou, com aquela voz doce e melodiosa:
- Você quer cheirar minhas meias?

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