terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Feliz Ano Velho


Primeiro dia de 2019. Ano Novo. Vida Nova.
Levanto e vejo sobre a mesa da sala, contas de luz, água, boletos diversos. Me recordo que antigamente existia o carteiro, agora existe o conteiro.

Ao preparar um café, deixo a xícara cair e ela se reparte no chão. Ao abaixar para recolher os cacos, minha coluna lembra que ela existe.
Em cima da cômoda (que palavrinha mais antiga), remédios me consultam sobre as dores do mundo.
Saio para o quintal e vejo cocôs do meu cachorro que terei que recolher. Fica para mais tarde.
Resolvo ir me espreguiçar na rua e um carro passa com o som na maior das alturas tocando aquela música de “sofrência sertaneja” ... (Por que será que o “amor sertanejo” nunca dá certo?)
Em cima da grama, dorme uma garrafa vazia de champagne. O réveillon deixou rastros. Jogue o lixo no lixo.
Dou uma olhadinha no whatsapp. Dezenas de vídeos, carinhas, textos...desejando “Feliz Ano Novo”. Agradeço a todos em minha mente, mas sei que não vou ter saco pra responder. Feliz Ano Novo pra todo mundo !!!
Toca o celular. Um parente pergunta como foi a passagem de ano e nem bem respondo e ele deita a falar sobre a posse do Bolsonaro e pergunta: o que acho? Eu ainda nem achei nada, até porque não estou procurando, e ele despeja os problemas financeiros, econômicos, sociais, psicológicos, morais, sexuais que todos nós brasileiros, segundo previsões astrológicas, meteorológicas e fisiológicas, teremos que enfrentar. Brasil, ame ou deixe-o.
Desligo o celular, minha cabeça tá cheia e resolvo esvazia-la refletindo que o mais importante é o verdadeiro amor. É o amor, que mexe com minha cabeça, me deixando assim. Ah, essa música sertaneja e suas sofrências!
O Ano Novo começou...

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