segunda-feira, 19 de junho de 2017

Carências


Quantos de nós, pela sede das nossas carências, não aceita, por vezes, as poucas gotas do sentimento alheio? E por ser tão pouca a água que nos umedece os lábios, sentimos a sede ser maior.
Quantos de nós, na fome das nossas próprias ausências, não recolhe, por vezes, as migalhas das presenças de outros? E por ser tão pouco o alimento que nos chega à boca, percebemos a fome ser maior.
Quantos de nós, não vive mendigando olhares, palavras e gestos que possam validar a existência?
Quantos de nós, não morre um pouco mais a cada dia, subnutrido de amor?
Quantos e quanto de nós?

Nenhum comentário:

Postar um comentário