Na década de
1980 um jovem chegou em Poços de Caldas e seduziu a sociedade local pelo carrão
do ano, roupas de grife e altos gastos financeiros nos restaurantes e bares da cidade.
Passou alguns meses na cidade, frequentando festas badaladas, sendo acolhido
pela high society, namorando patricinhas, vivendo do “bom e do melhor”. Tempos
depois, o “playboy” (expressão usada naqueles tempos) foi desmascarado: na
verdade, era um estelionatário com diversas passagens (não aéreas) pela
polícia. Na mesma época, a televisão veiculava o comercial do produto “Denorex”
(ainda existente): um anti-caspa que parecia um remédio, mas era apenas um
shampoo e por isto o slogan “parece, mas não é”. Daí o caso do rapaz que
conseguiu enganar toda a cidade passou a ter o mesmo nome do shampoo.
Hoje, com o
crescimento e o desenvolvimento da cidade, ficou mais difícil identificar casos
como o citado, porém, é inegável a existência de muitos “Denorex” circulando
pela coletividade. Eles chegam com pompa e circunstância, títulos acadêmicos,
posturas de executivo, ligam seus laptops e convencem dezenas de pessoas com
“novas abordagens” sobre determinado assunto. Acabam por seduzir muitos
empresários e autoridades, que, encantados e inebriados com o “novo”, acabam
por endossar o passe daquele ser que veio, finalmente, para apresentar uma
“técnica revolucionária”, uma “postura diferenciada”, um “novo olhar” sobre o
tema. Posteriormente, com sorte e algumas perdas, acabarão por descobrir que o
ser em questão, era apenas uma “casa de esquina”, com muita frente e pouco
fundo e que compraram “gato por lebre”.
Um ditado
antigo afirma que “santo de casa não faz milagres”. Vamos mais longe. Muitas
vezes, nem santo é considerado. Quantos profissionais de gabarito, com experiência,
conteúdo e honestidade, com anos dedicados a determinado setor no município são
relegados, substituídos e desvalorizados pela chegada da “embalagem” daqueles
que “parecem, mas não são”?
Nada contra
o novo, nem contra aqueles que chegam para contribuir com seus conhecimentos para
o crescimento da cidade. Contudo, cabe um alerta no sentido de se “separar o
joio do trigo”, antes de acreditar naqueles que chegam em um dia e voltam no
outro, apenas, como aves de rapina, sem comprometimento e sem história, fazer a
cabeça das pessoas, buscando tão somente alcançar seus objetivos pessoais.
É preciso
ter muito cuidado para não acreditar em propagandas enganosas.
Opa! Tem até o livro da história do "Denorex" (também conhecido como "Serrinha Pelada"). https://www.amazon.com.br/dp/B01L0ZXOWO
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