domingo, 1 de dezembro de 2013

Janelas Quebradas


Tenho andado pelas ruas de Poços. As mesmas que há anos circulam em mim, pois, nascido aqui, não deixo de me encantar diariamente com muitas que cortam o município.
 Não dá para ficar indiferente, por exemplo, à Assis Figueiredo. Uma das principais artérias da cidade, que no trafegar frenético de carros e pedestres, é símbolo do desenvolvimento de nossa gente. Na Assis, as vitrines de lojas cada vez mais modernas refletem o passo apressado de pessoas que anos atrás, não tinham pressa nenhuma. Difícil não se deslumbrar com a Rua São Paulo, que no trecho até a Praça Pedro Sanches, apresenta o desfile de árvores fícus como guardas da rainha a levar turistas e cidadãos até o Monumento Minas ao Brasil. As mesmas árvores que no período do Natal se transformam em maravilhosos lustres para receber o ser mais ilustre que já passou pela Terra. (Será que elas se vestirão assim este ano?).
Como não aspirar poesia ao caminhar pela Rua Padre Henry Mothon no caminho entre a Praça do Museu e a Igreja São Domingos? Como não sentir a magia da Avenida João Pinheiro a ligar o centro da cidade até os bairros? E a Champagnat... a Doutor David Benedito Otoni?
Mas, se reconhecemos a beleza de nossas vias, impossível desconhecer que muitas delas, estão sujas, com calçadas de pisos irregulares, cheias de buracos, além de serem palco de vendas de bugigangas e crescente número de pedintes.
As causas são inúmeras, entre elas, a falta de cultura, de civilidade, de cidadania, de centenas de pessoas que despejam nas ruas, o “lixo” existente nas suas cabeças. É o papel de bala, o toco do cigarro, o chiclete mastigado, a latinha de cerveja, é o resto de sorvete, é o fim do caminho.
Por outro lado, a morosidade da ação pública na fiscalização e combate às pequenas ações que com o tempo resultam em grandes e graves conseqüências. As ruas centrais estão se transformando em verdadeiras feiras livres, onde tudo é permitido. Em nome da “liberdade individual” nos tornamos reféns do que é ilegal, imoral e prejudicial à saúde do município em todos os sentidos: econômico, turístico, social,  ambiental etc. São atitudes criminosas que merecem atitudes punitivas.
Aqui cabe recordar da Teoria das Janelas Quebradas, que estabelece, entre outras análises, que uma simples janela quebrada de uma residência, se não reparada, poderá gerar outras janelas destruídas e a partir daí, a invasão da casa por vândalos, o tráfico de drogas, a criminalidade. “Se uma comunidade exibe sinais de deterioração, e esse fato parece não importar a ninguém, isso fatalmente será fator de geração de conflitos”.
Portanto, cabe a cada um, cuidar das suas “próprias janelas” e à administração pública, preservar as “janelas” do município, fiscalizando e punindo todo aquele que pensa que a rua é o prolongamento do quintal da sua casa, podendo fazer o que bem entende, pois conta com o (des) amparo público.

As janelas (ruas) da cidade, não podem, de maneira alguma, se tornarem portas abertas para os que não têm nenhum compromisso com esta maravilhosa “residência coletiva” denominada Poços de Caldas. 

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