Tenho andado
pelas ruas de Poços. As mesmas que há anos circulam em mim, pois, nascido aqui,
não deixo de me encantar diariamente com muitas que cortam o município.
Não dá para ficar indiferente, por exemplo, à
Assis Figueiredo. Uma das principais artérias da cidade, que no trafegar
frenético de carros e pedestres, é símbolo do desenvolvimento de nossa gente.
Na Assis, as vitrines de lojas cada vez mais modernas refletem o passo
apressado de pessoas que anos atrás, não tinham pressa nenhuma. Difícil não se
deslumbrar com a Rua São Paulo, que no trecho até a Praça Pedro Sanches, apresenta
o desfile de árvores fícus como
guardas da rainha a levar turistas e cidadãos até o Monumento Minas ao Brasil. As
mesmas árvores que no período do Natal se transformam em maravilhosos lustres
para receber o ser mais ilustre que já passou pela Terra. (Será que elas se
vestirão assim este ano?).
Como não
aspirar poesia ao caminhar pela Rua Padre Henry Mothon no caminho entre a Praça
do Museu e a Igreja São Domingos? Como não sentir a magia da Avenida João
Pinheiro a ligar o centro da cidade até os bairros? E a Champagnat... a Doutor
David Benedito Otoni?
Mas, se reconhecemos
a beleza de nossas vias, impossível desconhecer que muitas delas, estão sujas,
com calçadas de pisos irregulares, cheias de buracos, além de serem palco de
vendas de bugigangas e crescente número de pedintes.
As causas
são inúmeras, entre elas, a falta de cultura, de civilidade, de cidadania, de
centenas de pessoas que despejam nas ruas, o “lixo” existente nas suas cabeças.
É o papel de bala, o toco do cigarro, o chiclete mastigado, a latinha de
cerveja, é o resto de sorvete, é o fim do caminho.
Por outro
lado, a morosidade da ação pública na fiscalização e combate às pequenas ações
que com o tempo resultam em grandes e graves conseqüências. As ruas centrais
estão se transformando em verdadeiras feiras livres, onde tudo é permitido. Em
nome da “liberdade individual” nos tornamos reféns do que é ilegal, imoral e
prejudicial à saúde do município em todos os sentidos: econômico, turístico,
social, ambiental etc. São atitudes
criminosas que merecem atitudes punitivas.
Aqui cabe
recordar da Teoria das Janelas Quebradas, que estabelece, entre outras
análises, que uma simples janela quebrada de uma residência, se não reparada,
poderá gerar outras janelas destruídas e a partir daí, a invasão da casa por
vândalos, o tráfico de drogas, a criminalidade. “Se uma comunidade exibe sinais
de deterioração, e esse fato parece não importar a ninguém, isso fatalmente
será fator de geração de conflitos”.
Portanto,
cabe a cada um, cuidar das suas “próprias janelas” e à administração pública,
preservar as “janelas” do município, fiscalizando e punindo todo aquele que pensa
que a rua é o prolongamento do quintal da sua casa, podendo fazer o que bem
entende, pois conta com o (des) amparo público.
As janelas
(ruas) da cidade, não podem, de maneira alguma, se tornarem portas abertas para
os que não têm nenhum compromisso com esta maravilhosa “residência coletiva” denominada
Poços de Caldas.
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