quinta-feira, 18 de outubro de 2012

GERAÇÃO CESARIANA




César é um adolescente instável, muito dependente dos pais, tem dificuldade de tomar suas próprias decisões, não gosta de sair de casa e vive no computador. Já Ana tem opinião própria, quer ser arquiteta, busca sempre novos desafios e usa o computador com moderação. César e Ana são irmãos, ela tem 17 anos e ele, 15. Um detalhe: ele nasceu de cesariana e ela de parto normal.

Anos atrás a maioria dos brasileiros nascia de parto normal, com o auxílio de parteiras, pessoas simples e humildes que tinham a sabedoria herdada de fazer “vir ao mundo” milhares de pessoas. Então, no momento do parto, percebia-se o esforço físico de três pessoas: a mãe, a parteira e o bebê. Este último inclusive que fez sua primeira escolha na vida: a data do seu nascimento. Ao longo da vida, as pessoas continuaram a “parir” o seu destino: começaram a trabalhar cedo, fizeram “muita força” para alcançar o que queriam, enfrentaram muitos desafios e aprenderam que não existem “atalhos” e aquilo que se chama de “menor esforço” resulta sempre em perdas no futuro.

Hoje, vivemos a síndrome da “geração cesariana”.  O objetivo é “pular degraus”, descobrir “atalhos”, facilitar ao máximo a conquista de tudo. Os exemplos são inúmeros e têm no governo federal a sua “maternidade” no excesso de “bolsas” e de “cotas”, seduzindo as pessoas para a posse de bens materiais como se isto fosse o “passaporte” para a cidadania e a justiça social.  Passa também pelos pais que buscam “dar tudo” aos filhos, sem exigir deles, o mínimo esforço, sequestrando deles o insubstituível sabor da conquista pessoal. O resultado: jovens sem criatividade, sem  perspectivas,  sem sonhos. Ninguém quer “correr atrás”, mas todo mundo quer chegar “na frente”, de preferência, na “banguela”, sem esforço, sem luta.

Triste olhar para jovens tristes, escondidos atrás das telas virtuais, com medo do futuro, dos outros e de si mesmos. A “geração cesariana” corre o risco, desde o nascimento, de não gerar seus próprios caminhos, e ao não enfrentar as pedras, não chegar ao topo da montanha, que exige esforço, persistência e garra, mas que possibilita a sensação indescritível da missão cumprida de quem chegou onde queria.

 Segundo a Organização Mundial Saúde, o Brasil o é o campeão mundial de cesarianas. Enquanto o percentual recomendado é de 15%, a média nacional é de 52,2%.A cesariana é um parto cirúrgico indicado apenas quando a mamãe ou o bebê correm algum risco. No parto normal, a recuperação é mais rápida e o bebê sofre menos riscos de problemas respiratórios ao forçar o pulmão em sua primeira respiração. A questão envolve ainda aspectos financeiros e de agendamento médico.

Sobre as nossas personagens do início deste texto: César teve recentemente problemas de postura corporal e está em tratamento em uma clínica de fisioterapia. Quanto a Ana, ela vai muito bem, obrigada.

Um comentário:

  1. Muito bom o blog,meu amigo que recomendo,ai vir conferir e eu vou recomendar tb,e acompanha..me recomendaro esse site de rastreamento pois eu tava precisando de um rastreador http://rastreamentodecelular.net sera que é bom? rsrsrsrs abraços..parabens pelo blog

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