quarta-feira, 4 de abril de 2012

O que a gente mais faz, ninguém nos ensinou a fazer

Aprendemos muita coisa durante a vida: que a Terra é redonda, qual a velocidade da luz, os planetas do nosso Sistema Solar, sobre a falange, a falangina e a falangeta. Das estrelas ao GPS, dos hieróglifos à linguagem cibernética, do tronco de cone às células tronco. É fato. Sabemos hoje cada vez mais sobre como todas as coisas funcionam. Basta apenas um clique para termos acesso a todo o conhecimento que a humanidade gerou ao longo de milênios. Navegamos, compartilhamos, curtimos e comentamos. O mundo é plano e o nosso vizinho é um chinês que mora ao lado de um norte americano e este último em frente a um africano. As fronteiras se extinguiram e os muros foram derrubados. As ciências avançam nos seus estudos e a cada dia surgem novos aparelhos, novos instrumentos, programas e soluções para os mais diversos problemas da humanidade.
Contudo, ressalvadas às crenças religiosas, ainda não sabemos de onde viemos, porque estamos aqui e para onde iremos. Além disso, e apesar das inovações tecnológicas na medicina, não sabemos tudo sobre o funcionamento do nosso corpo (cada ser é único) e a neurociência ainda tem muito a descobrir sobre o cérebro- esta máquina perfeita que subutilizamos durante nossa passagem sobre a Terra. Estamos no facebook, no celular, nas redes sociais e o virtual ocupa todos os espaços. Mas perante tudo que o nos rodeia, ainda nos deparamos com problemas seculares do cotidiano: violência, desajustes familiares, conflitos emocionais, incompreensão, insatisfação, desilusão. Temos carências, sentimos falta de um abraço, de um toque, do reconhecimento, de um simples sorriso e as lágrimas teimam em cair de nossas faces em momentos de dor ou de alegria. Ainda somos os mesmos e o sangue ainda é da mesma cor de outrora. Precisamos do outro para sobreviver, nos compreender e validar nossa existência. Precisamos cultivar e manter relacionamentos reais. Desejamos ouvir e falar, gritar e aplaudir, cantar e pedir. Mostrar através das nossas múltiplas expressões e de todos os nossos sentidos que estamos vivos. Todavia, para tudo isto, ninguém nunca nos ensinou de verdade. Nos bancos das escolas ainda falamos de corpos discentes e docentes e não de corpos que sentem. Ainda ressaltamos a importância do saber da ciência, quando nem temos consciência sobre nós mesmos. E por não nos conhecermos, inventamos alguém que não somos e passamos ao longo da vida procurando quem somos no outro, este que também se desconhece. Aquilo que mais fazemos , nos relacionar e conviver com as pessoas, ninguém nos ensinou a fazer. Vamos aprendendo ou não nos erros e acertos, aos trancos e barrancos, buscando nas cicatrizes as causas dos nossos ferimentos.
A educação deixou de ser revolucionária e se tornou apenas espelho da sociedade, refletindo suas mazelas e descaminhos. Então, por que não revolucionar a educação? Antes de ensinar o ser humano a raciocinar, ou mesmo simultaneamente, ensiná-lo a cuidar das suas emoções no impacto com o relacionamento com os da mesma espécie. Quem sabe, experimentar, além das disciplinas da grade curricular, outras que agradem ou que abracem o nosso sentir? Que tal: História da Vida, Geografia dos Sentidos, Matemática das Relações , Física das Sensações, Linguagem do Amor?
Quem sabe, a partir destes outros saberes, possamos melhorar a nossa comunicação intrapessoal, nos preparando e nos sensibilizando para a comunicação interpessoal. Quem sabe, poderemos não só assimilar, mas vivenciar aquilo que tantas vezes escutamos e que mais deveríamos fazer na simplicidade do existir: amar ao próximo como a nós mesmos e ao Pai sobre todas as coisas.
Façam suas matrículas! Inscrevam-se já!
O universo é a nossa sala de aula e a vida, a nossa mais importante matéria.

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