segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Quase certeza que acho que estou em dúvida

A indecisão é sintoma atual que ocorre com a maioria das pessoas, acho eu. Comigo não é diferente. Se tenho que escolher entre isto ou aquilo, ou isto sem aquilo, ou aquilo com isto, se vou comer em um restaurante à la carte ou a quilo, fico intranqüilo.
A multiplicidade de opções existentes na atualidade, a imensa variedade, por vezes, nos deixa sem saber o que escolher.Veja, por exemplo, se não dá para ficar indeciso quando a pessoa hoje em dia busca a sua cara metade.Somos cerca de 7 bilhões de pessoas na Terra, vivendo em mais de 190 países espalhados por 5 continentes (ou mais).Como saber que determinada pessoa é a metade certa? Colocamos foto no Facebook procurando nossa outra face? E, se depois de muito tempo com uma pessoa, alguém chega e diz: devolve que esta metade é minha? Ainda bem que não moramos no Japão ou na China, pois daí a dificuldade seria bem maior, por razões óbvias.
E religião então? Antigamente, acho eu, existiam três ou quatro religiões nas cidades brasileiras. O Censo do IBGE atualmente aponta 147 religiões existentes no Brasil. Como ter bom senso para escolher uma?A percepção é de estarmos em uma rodovia com centenas de placas nos indicando caminhos diferentes que nos levam à salvação. E o que é pior: o mapa ficou com muitas “rodovias” diferentes e estamos sem GPS (Grande Percurso para a Salvação). Você pergunta para uma pessoa qual a sua religião e ela gasta um minuto só para lhe responder o nome da igreja a qual pertence.
Vamos falar de sexo. Como dizem os antigos, “na minha época” existiam o sexo masculino e o feminino e ainda muito no armário, o afeminado. Hoje, somente na parada gay (antigamente só existia parada militar e de ônibus) acho eu, devem existir uma dezena de escolhas sexuais diferentes. Tudo junto e misturado. Não me espantaria nada se daqui a algum tempo para preencher uma ficha de cadastro, no campo reservado ao sexo, estiver lá, além do masculino e feminino, outra dezena de opções. Daqui a pouco, a pessoa para responder uma pergunta sobre sexo terá que consultar um dicionário de português, ou será, “portugays”?
Tem muito de tudo no mundo. Marcas de carro e cerveja, raças de cachorro, especialidades médicas e odontológicas, canais de televisão. Parece que tudo tem um etécetera depois. Nada contra o pluralismo, mas, que o singular facilitava muito mais, disto não tenho dúvidas. Contudo admito que a indecisão quem sabe, talvez, sei lá, pode ser mais um problema particular perante as diversidades do mundo moderno. Também pudera, sou do tempo em que quando pedíamos suco na lanchonete só existiam duas opções: laranja ou limão. Dias atrás, caí na besteira, sem olhar para o cardápio, de pedir um suco em uma lanchonete e a atendente me perguntou:
- Qual o sabor o senhor quer? Tem de açaí, melão, pêssego, amora, cupuaçu, graviola, manga, abacaxi com hortelã...
- Deixa ver. Ah! Suspende o suco. Me traz uma água, por favor.
- O senhor quer água com gás, ou natural? Temos também água com sabor limão, maçã, tangerina, laranja, hortelã, pitanga...
- Huum! Esquece a água. Me traz um cafezinho.
- O senhor vai querer café espresso, americano, ou o café latte?
- Pensando bem, não vou beber nada. Me vê uma empadinha.
- Temos de camarão, bacalhau, frango, palmito, queijo, tomate seco, goiabada com queijo, banana com canela...
- Você teria um banheiro aí? Para pessoa do sexo masculino, 52 anos, 1,74 de altura e 79 quilos?

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