sexta-feira, 2 de setembro de 2011

O lixo nosso de cada dia

Quando a questão é ambiental, sou réu confesso, como, acredito, milhões de pessoas no planeta Terra. Considerava há algum tempo atrás, “ecochatos” e “biodesagradaveis” pessoas que vinham com papo de meio ambiente e preservação das espécies. Claro, sempre busquei fazer o meu “dever de casa”: jogar o lixo no lixo, economizar água e energia elétrica, (muito mais em razão do bolso estar “reclamando”) e hoje, até separo o lixo úmido do seco. Enfim, apesar destas atitudes, sabia conscientemente que pensava mais em meu ambiente individual que no meio ambiente coletivo.
Mas, assim como milhões de pessoas no planeta Terra, venho refletindo a necessidade de rever meus conceitos, na percepção dos sinais claros do cansaço do meio ambiente em relação ao nosso “descanso” ou descaso ambiental. Um destes sinais é a alteração climática: em Poços de Caldas, por exemplo, reconhecidamente um município de temperatura amena, tem sido registrado altas temperaturas durante o ano todo e o inverno hoje é apenas uma “frente fria passageira”. Pelo Brasil e no mundo, as catástrofes ambientais (furacões, terremotos, tsunamis, inundações) acontecem cada vez em maior número, o que demonstra que nossas ações estão gerando reações na mãe natureza. Isto para não citar as endemias, a escassez de alimentos e de água e outras conseqüências no ecossistema. Se, existem as leis da natureza e podemos aprender muito com elas, que soluções as leis humanas têm em relação ao problema ambiental?
No Brasil, a Constituição Federal determina que o município é o responsável pela limpeza urbana, coleta e destino final do lixo produzido. Ainda mais: o governo federal sancionou em agosto de 2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) estabelecendo como responsáveis pela destinação de resíduos sólidos, todos os integrantes da cadeia: poder público, iniciativa privada, instituições e consumidores. Ou seja, os nós ambientais são de responsabilidade de todos nós. Além disso, determina à lei, as cidades brasileiras têm a obrigação de acabar com os lixões a céu aberto até agosto de 2014. E como inicialmente o melhor é cuidar bem do “nosso quintal”, o que Poços de Caldas faz atualmente para se destacar em um cenário composto por 5.565 municípios brasileiros?
Nossa cidade- que tem a qualidade de vida como o seu maior refrão- necessita urgentemente priorizar as questões ligadas ao meio ambiente. Para isto, como está nossa coleta seletiva? E a cooperativa de catadores? E o nosso lixão, opps, quer dizer, o nosso aterro controlado? E o nosso tratamento de esgoto? Vamos ou não criar a nossa Política Municipal de Resíduos Sólidos?
Como cidade modelo em vários aspectos, por que não nos destacarmos como cidade ecologicamente responsável? Que tal uma campanha maciça de educação ambiental? E a iniciativa privada, o que este setor faz para assumir a sua responsabilidade nesta questão? Por que não realizar, assim como fez recentente a vizinha cidade de São João da Boa Vista, um Fórum para discutir seriamente tais questões, incluindo a participação popular?
O assunto é amplo e complexo, mas, merece a participação de todos, inclusive a deste redator, pleiteando enfim, sua inscrição, com muito prazer, na Associação dos “ecochatos e biodesagradáveis” acreditando que “muitas pequenas pessoas em muitos pequenos lugares fazendo pequenas coisas, podem, realmente, mudar o mundo”.

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