quinta-feira, 7 de julho de 2011

Morreu Marcos Antonio

Morreu em Poços de Caldas, aos 44 anos, Marcos Antonio. No anonimato, assim como diariamente nos deixam Josés, Marias, Pedros, Aparecidas, Sebastiãos e tantos outros. Com certeza, a morte de Marcos será sentida principalmente pelos familiares e amigos mais próximos e, a eles, nosso respeito e solidariedade. Só que Marcos Antonio não era uma pessoa tão comum assim. Ele era singular e marcou (com o perdão do trocadilho) sua presença na vida de centenas de pessoas, notadamente, dos jovens que viveram a década de 1980 em Poços. Marcos era uma figura popular, destas de personalidade diferenciada por sua autenticidade e veracidade em atitudes, vestuários e comentários. Assim, com seu alto astral fazia a alegria e a descontração das rodinhas que se formavam em bares e boates da noite poços caldense.
Nesta manhã de inverno de céu cinzento e triste, acordamos com a notícia da morte de Marcos Antonio Ferreira, o popular “Pé na Cova”. Leva com ele um pouco da história de cada um que vivenciou a Poços daquela época. A sua ausência, nos traz presente na memória, pessoas que são “enterradas” e esquecidas nesta cidade que cresce a cada dia e se expande por todos os lados.
A história de um município é construída por homens ilustres, por prédios ilustres, por fatos ilustres que registram o desenvolvimento e o crescimento de uma comunidade. Mas, é na gente mais simples, naqueles que por um diferencial humano e, por vezes, folclórico, é que a cidade escreve suas páginas mais significativas. Como esquecer José Domingos de Alcântara e Silva, o Zé Biri? Pessoa de grande popularidade e que, de acordo com a historiadora Nilza Megale, “ao final da Segunda Guerra, cada pracinha que voltava a Poços de Caldas, era levado para casa carregado nos ombros por Zé Biri”.
Como não lembrar o “Seu Margarido” que subia a rua Rio Grande do Sul, com seu carrinho de mão e que, diziam, fazia comida com carne de gato? E da “Inocência” que gritava sempre contra “a pulicia”? Na década de 80 também, o inesquecível e ainda vivo “TKR”- um verdadeiro show man que cantava em várias línguas na Praça Pedro Sanches imitando um locutor de rádio, com um copinho de iogurte (“microfone”) nas mãos? E da “Ximbica”, da Maria Borsuda, João Gamela, Bebé Chorão, Onofre e Cacilda? Por onde anda (se é que está vivo?) o “Pacência”? Nos dias atuais, o nosso amigo “Armoço” e, além dele, o ‘Palmeirense” e o “50 centavos”.
Todos eles, pessoas que fizeram (e fazem) a vida mais humana e sensível e que nos mostraram (e mostram) que “loucos” somos nós, personagens “lúcidos” do século XXI, correndo atrás do vil metal, em frente à tela de um computador.

2 comentários:

  1. Obrigado por escrever esse post em homenagem ao meu tio Marco. Obrigada demais.

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  2. Eu que agradeço Marina.
    Abraços
    wiliam

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