domingo, 17 de julho de 2011

Marchas e Paradas

Está virando moda realizar paradas e marchas que abordem alguma reivindicação, ou que demonstre a força de determinada entidade de classe ou religiosa, ou mesmo de um movimento corporativista. Todas elas, com certeza, justas e democráticas. As marchas e paradas não solucionam, mas, são instrumentos importantes para chamar a atenção sobre algum problema que não recebe a devida atenção (Marcha a favor da maconha) e outras que servem também para chamar à atenção, a atenção, a atenção (Parada gay). E , antes que os plantonistas da moral e do politicamente correto se manifestem, quero esclarecer que sou totalmente a favor de qualquer tipo de marcha: nupcial, atlética, fúnebre, eqüina, militar, olímpica, marcha rancho e até marcha soldado cabeça de papel, exceto apenas a marcha à ré. Quanto às paradas, também não tenho nada contra, a não ser a parada cardiorrespiratória. Acredito ainda, que este “sintoma” que acontece não somente no Brasil, é uma prova de que o organismo social está reagindo da sua aparente apatia. Contudo, vamos combinar: temos muitas marchas e paradas que embora legítimas, nos fazem refletir em outras de maior importância sobre o ponto de vista social, que não acontecem com a mesma força e comprometimento da comunidade. Por exemplo, a corrupção. Há tempos convivemos com a corrupção generalizada notadamente na esfera política brasileira e o que acontece? Apenas algumas iniciativas pontuais em alguns Estados do nordeste, verdadeiras marchas lentas em relação à rapidez com o que o problema se espalha no país, atingindo todas as instituições públicas. E vale lembrar, com pouquíssima divulgação na mídia nacional. Quer outro assunto que poderia entrar nas paradas de sucesso? A carga tributária. Temos sabidamente uma das maiores cargas tributárias do mundo que dificultam (ou impedem) o desenvolvimento do país e o assunto não mobiliza, como deveria, toda a sociedade, notadamente os empresários brasileiros. Outras marchas e paradas possíveis: Marcha dos professores, Parada dos Aposentados, Passeata a favor da Reforma Política etc. Em Poços de Caldas, poderíamos ter a Marcha do Monotrilho (por uma solução para o problema), Passeata contra o aumento do número de vereadores, Parada dos Turistas (pela melhoria da qualidade de serviços na rede hoteleira) e tantos outros assuntos que, com certeza, merecem a mobilização quer de uma classe, quer abordando um problema específico, muitos que o próprio leitor poderia sugerir.
Tempos atrás, usava-se a expressão “sociedade civil organizada” quando se desejava exprimir a força de uma coletividade no exercício da cidadania. Com o tempo, o termo caiu em desuso, pois, temos hoje o “crime organizado” de um lado e, de outro, uma sociedade cada vez menos coletiva e mais individualista.
Finalizando, tomara que estes movimentos cresçam.
Somos tão favoráveis às marchas e paradas, que ousamos propor: que tal uma marcha ou parada contra as marchas e paradas?
Afinal, elas atrapalham muito o trânsito.

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