sábado, 2 de abril de 2011

Vai idade

Quantos anos você tem? Esta pergunta, com formulações diferentes, a gente vai respondendo ao longo da nossa existência. Aos 5 anos, por exemplo, a idade nem conta e como também a gente não sabe contar, só mostra a mãozinha e todo mundo acha lindo. Aos 10, falamos de boca cheia, como quem tivesse tirado uma nota boa. Aos 15, dá uma vontade danada de responder 18 e aos 18, respondemos como se fossemos os donos do mundo. Aos 21, falamos como quem começa a descobrir que, na verdade, o mundo é que é o dono da gente. Aos 25, a gente se cobra, a família nos cobra, o patrão nos cobra e, respondemos a inquisição, com a sensação de sempre estar devendo. Dos 30 até aos 40 anos, como quase ninguém mais se lembra do nosso aniversário, a gente começa a lembrar de quando tinha 05, 10, 15, 18, 21 e 25. Dos 40 para frente, a gente até tenta esquecer, mas todo mundo insiste em lembrar.
A idade não é apenas uma questão cronológica e numérica. Ela nos referencia, nos identifica, nos rotula. Claro, encontramos muitas pessoas (geralmente acima dos 40) que afirmam: “A idade não importa, o mais importante é ser jovem de espírito.” Pode até ser, mas, geralmente, quando uma pessoa fala desta forma, temos uma certeza: a idade começou a pesar no corpo, e aí, o remédio é pensar no espírito. Mas, concordamos: idade não importa... ela exporta, isto sim, deste mundo para o outro. E repare na ironia: a gente só se liga que a idade vai chegando, quando sentimos que começamos a partir.
Passamos ao longo do tempo, do pediatra ao geriatra, do Estatuto da Criança e do Adolescente, para o do Idoso, de muita gente nos cuidando na infância, para muito pouca gente nos cuidando na terceira idade, do sexo ativo para o "sexogenário".
O certo é que “todo mundo quer viver muito tempo, mas ninguém quer ficar velho”. E se uma pessoa não quer que os movimentos fiquem mais lentos, que os problemas de saúde apareçam, só existe uma saída: sair mais cedo. (Vira essa boca prá lá!)
De verdade, o melhor mesmo é viver, como se a idade realmente não tivesse nenhuma importância. Esquecer a idade que temos e aproveitar a vida. “´É a vida, é bonita e é bonita”...
E aqui cabe um testemunho pessoal que valida esta atitude. Ontem, um amigo me perguntou a idade, e como não dou muita importância ao assunto, por um momento, me deu “um branco” e eu fiquei sem saber o que responder.
Será que já estou tendo lapsos de memória? Será que “o alemão” já me pegou? Preciso marcar uma consulta...

2 comentários:

  1. Bela reflexão sobre a idade,nos escravizamos dos números,nos deixamos ser refens do relógio,da ditadura do tempo.É conveniente embora nem sempre seja convincente.Parabéns.Deixa eu ti perguntar há aqui em Poços algum site ou blog só para escritores da cidade?

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  2. Edson
    Obrigado pelo post.
    Até onde sei, inexiste um site ou blog específico para escritores da cidade. Existe , embora também não saiba se ela está ativa, a Academia Poços caldense de Letras, liderada pelo dr. Marcus Vinicius de Moraes.
    Uma outra opção sobre o tema será a oportunidade do encontro de escritores no Flipoços na Urca.
    Qualquer dúvida é só entrar em contato
    abraços
    wiliam de oliveira

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