domingo, 20 de março de 2011

A.I./ D.I.

Existem descobertas que provocaram grandes revoluções no mundo, como a televisão, o telefone, o automóvel, o clipe, o palito de dente e o bidê (hein?). Segundo cientistas, excetuando-se a escrita, a maior invenção de todos os tempos, a roda, surgiu há 5.500 anos. Sem ela não teríamos muitas outras invenções derivativas e, claro, não haveria a roda de amigos, a brincadeira de roda, a roda de samba etc. Mas, chega de rodeios. Na roda vida da história, até os dias atuais, somente outro invento, tem tanta ou mais importância para o mundo: o computador. Após muitos anos de aperfeiçoamento, o computador, tal como o conhecemos hoje, foi desenvolvido pela Marinha dos Estados Unidos, durante a Segunda Guerra Mundial. (Interessante, irônico, ou totalmente desnecessário, refletir que hoje falamos em “navegar”, o que tem tudo a ver com a Marinha, pescou?). Como um cérebro eletrônico composto por software (programa) e hardware (componentes físicos), a invenção criou também duas classes universais: a dos excluídos e a dos incluídos digitais. Hoje, quem quer estar no top, deve possuir necessariamente e no mínimo, um laptop ou um palmtop. Aproveitando o filão (e põe fila nisto), milhões de incluídos ganharam e ganham bilhões com a venda de computadores e programas. Quer dizer, nem todos. Um amigo tentou aproveitar a onda da revolução digital e começou vendendo hardware. Boiou. Tentou de novo, comercializando software. Naufragou. Atualmente, ele é um bem sucedido vendedor de tupperware- outra criação americana de grande sucesso mundial que foi idealizada no mesmo período dos computadores.
Mas, além do computador e até como subproduto deste, outra criação humana revolucionou todo o comportamento, a cultura, os relacionamentos pessoais e profissionais: a kitnet, perdão, a Internet. Uma rede mundial, que tem com um dos seus idealizadores de destaque, o engenheiro britânico Tim Berners-Lee, a quem é creditada a criação da Word Wide Web (WWW), nos anos 90. Convenhamos que ele poderia ter facilitado para nós brasileiros, criando uma sigla mais fácil, pois quem é que não se enrola ao usar o lábio para falar dáblio, dáblio, dáblio?
Dos anos 90 para cá, o mundo virtual se apoderou do mundo real. Uniões e separações conjugais acontecem na e em razão da Web. Facebook, Twitter e Orkut, apenas para citar três portais de relacionamento, se tornaram o ponto de encontro (e desencontro) de bilhões de pessoas no mundo. Vendas, contratos bilionários, dissoluções e associações de empresas, seguem o mesmo destino.
A Internet se tornou imprescindível no cotidiano das empresas e das pessoas. Já não somos cidadãos, somos internautas. Não caminhamos mais pelas ruas. Navegamos na rede. Não apagamos, deletamos. O nosso endereço deixou o espaço físico: temos e-mail, blogs e sites. Estamos conectados em tempo real no ciberespaço. Tememos os vírus cibernéticos e subestimamos os vírus orgânicos. A nossa principal unidade de medida já não é o quilo ou o metro, temos o bit. Temos contato virtual, grupo virtual, crime virtual, sexo virtual. O nosso guru é o Mestre Google, a quem enviamos diariamente e costumeiramente todas as nossas dúvidas. Entre elas: para onde caminha (ou seria corre?) a humanidade? Conquistamos maior liberdade ou somos escravos da tecnologia?
Então, Moisés dividiu as águas do Mar Vermelho. Milhões de pessoas foram tragadas pelo tsunami da revolução digital. Os que sobreviveram continuaram a busca pela Terra Prometida.

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