segunda-feira, 2 de agosto de 2010

A VIOLÊNCIA MERECE UMAS PALMADAS

As emissoras de Televisão e de rádio, os jornais, a Internet nos mostram diariamente o oceano de violência que atinge principalmente as grandes cidades. Somos inundados com os crimes mais bárbaros, principalmente aqueles que envolvem o mundo dos famosos. Sobre isto, a imprensa informa tanto sobre o mesmo assunto que acaba por nos afogar. Por vezes, e infelizmente, ultrapassa a sua função, acabando por exercer o papel de juiz, condenando ou inocentando pessoas. Em outra análise, o excesso de informação resulta ainda na banalização das ações. Tudo é normal, tudo é comum, tudo é possível. Enfim, a violência é notícia diária, nos amedrontando por um lado e por outro, alimentando a nossa curiosidade humana, como apenas espectadores mórbidos dos fatos. O que irá acontecer com o goleiro Bruno? E o caso da advogada Mércia? Não percam os próximos capítulos. A violência vira série policial, com mocinhos, bandidos e figurantes disputando a nossa audiência no horário nobre. As más notícias vendem. Compramos a violência. Queremos ver o circo pegando fogo.
No oceano da violência, também somos pequenos riachos. É a violência no trânsito, no desrespeito à sinalização, na falta de compreensão e na pressa inconseqüente. É a violência verbal nas escolas, entre alunos e professores. É a violência no trabalho, no salário injusto, na falta de condições de segurança, e por vezes, na falta de compromisso do empregado com as suas tarefas. É a violência política, na corrupção, no desmando com o dinheiro público, na luta pelo poder. É a violência da desigualdade social que coloca ricos e pobres a conviver em um mesmo espaço, em situações totalmente divergentes. É a violência das prisões e dos presidiários, dos cárceres e dos carcerários, dos criminosos e justiceiros, de quem é preso e de quem prende. É a violência legal, alimentada por quem pode pagar mais a um advogado ou a um juiz. É a violência familiar, no desrespeito à esposa, à criança e ao idoso. É a violência da beleza a qualquer custo, a das marcas e propaganda, a do consumismo que faz do ter o ser. É a violência da medicina que mantém a doença viva. É a violência da falta de valores e dos preconceitos. É a violência contra os animais, as matas, as águas e o ar, já que as nossas atitudes não sustentam a nova moda ecológica.
Por tudo, a violência merece umas palmadas!
Palmas para a violência!

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