domingo, 15 de agosto de 2010

Elefante Branco

Todos nós ouvimos muitas vezes a expressão “elefante branco”, utilizada sempre quando queremos simbolizar uma grande obra que ninguém sabe a que veio, ou mesmo inacabada, ou ainda desnecessária. A raiz da expressão, segundo reza a lenda, nasceu no Sião, hoje Tailândia. Quando um súdito não caia nas graças do rei recebia de presente um elefante branco. Na verdade, como um animal sagrado por lá, de grande porte e longevidade, o elefante necessitava de muitos cuidados, o que acabava por gerar alto custo e decretar a falência do súdito.
Em vários países do mundo, e no Brasil não é diferente, temos muitos elefantes brancos que significam que o dinheiro público não foi aplicado corretamente. Um dos grandes problemas, por exemplo, ocorre após uma Copa do Mundo ou mesmo de uma Olimpíada, quando os estádios e equipamentos do país sede perdem a sua utilização e a presença do público.
O monotrilho em Poços de Caldas é um exemplo real de um elefante branco. Uma obra que nasceu para ser um transporte de massa ou mesmo turístico, como um verdadeiro presente para a cidade, perdeu a sua finalidade gerando um ônus público. Aliás, uma característica de todo elefante branco é a falta de gente. Uma escola sem alunos e professores, um posto de saúde sem médicos e pacientes, um ginásio sem jogos, nem público, são como casas abandonadas, torneiras pingando a consumirem diuturnamente os impostos municipais.
Por isto, a necessidade de todo cidadão em acompanhar de perto onde é aplicado o recurso público e se determinada obra é realmente necessária e prioritária. Muitas vezes, precisamos olhar além do tempo presente, pois, determinada obra que hoje pode não ser tão importante, amanhã, com o desenvolvimento da cidade, pode se tornar essencial.
Para fechar este texto, é fundamental que todo cidadão enfrente os possíveis “elefantes brancos”, fazendo seu trabalho de formiguinha, cuidando do patrimônio público do seu bairro, da sua rua e sendo um fiscal na aplicação dos recursos municipais.
Vale lembrar sempre que se um elefante incomoda muita gente, como é o caso do monotrilho, dois elefantes incomodam, incomodam, muito mais.

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