As eleições
municipais se aproximam e os políticos locais parecem mais distantes do eleitor
em relação ao último pleito. Isto se tornou evidente quando, apesar da crise
financeira atual, vereadores, prefeito, vice aprovaram o aumento dos seus
próprios salários e dos secretários, enquanto a maioria dos pobres mortais está
ainda mais pobre e ainda mais mortal. Alegaram que o aumento é legal. Verdade. A
crise é legal para poucos e letal para muitos. O certo é que estavam sem
calculadora no momento da aprovação do aumento salarial e ignoraram ou
desconhecem que existe matemática na política. Não fizeram conta do eleitor. Aumentou-se
o salário. Contudo, reduziu-se a credibilidade, a proximidade, a legitimidade
dos cargos públicos. Mas, até outubro –dirão- ninguém se lembrará mais do fato.
Verdade. Memória quem tem é calculadora.
Como também
já esquecemos, vamos lembrar que o momento atual é de definição, pelos partidos
e coligações, dos candidatos a vereador, a prefeito e vice. Até agora, na
estância em technicolor, já temos definidos alguns pré-candidatos a prefeito. O
problema parece ser a escolha do vice. Primeiro, devido ao exemplo federal, onde
o vice que ninguém tinha nada a Temer, é hoje o presidente da república em exercício. Segundo, é que, apesar disso, ninguém quer
ser segundo, ou seja, ninguém quer ser vice, todo mundo quer ser prefeito e
entrar para história. O único que não quer ser, até porque já não está entre
nós, é Raul Seixas. “Mamãe não quero ser prefeito, pode ser que eu seja
eleito...”.
Nas noites
frias, das nem tão quentes reuniões partidárias, a abertura se faz pela
seguinte frase. “A vaidade tem que ficar
lá fora. Aqui dentro estamos todos unidos em torno de um projeto para o
município. Estamos unidos por Poços de Caldas”. Palmas esquentam as mãos e são
ouvidas no recinto. Porém, se a abertura é esta, a fechadura é outra. “Não podemos
abrir mão da nossa candidatura”. Ninguém
quer abrir mão de ser cabeça. Assim, não devemos nos espantar se, nos próximos dias,
os classificados dos jornais estamparem o seguinte anúncio. “Procura-se Candidato
a Vice-Prefeito. Tratar com o candidato a prefeito”. Dizem, ou é mera invenção
do autor deste texto, que foi descoberto um candidato a vice-prefeito. Ele tem
12 anos e estuda em uma escola pública. Em pesquisa feita por uma professora
mediante a pergunta “O que você quer ser quando crescer? o garoto respondeu.
“Eu quero ser vice-prefeito”. Dizem, ou é mera invenção do autor deste texto,
que os partidos estão disputando a tapa o passe do menino.
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