segunda-feira, 14 de julho de 2014

Entre o vermelho e o vermelho


A dualidade da vida é notória. O dia e a noite, o céu e o inferno, a lua e o sol, a acusação e a defesa, a vida e a morte. Um só existe pela existência do outro. Os filósofos afirmam que um não se opõe ao outro, mas fazem parte de uma mesma unidade.  Frente e avesso são partes do mesmo tapete.  Assim, até Deus tem seu oposto e só não o citarei para não fazer propaganda do “outro” que tem se mostrado muito ativo nos últimos tempos.
Tal dualidade assegura o equilíbrio entre as coisas. Não é por outro motivo que somente valorizamos a luz, quando a escuridão mostra sua cara, lembrando que cientistas afirmam não existir a escuridão, tão somente a ausência de luz.
Então, podemos afirmar que a esquerda só existe se houver a direita? Bem, daí depende. Se a referência for relacionada à política brasileira nos dias atuais temos sérias dúvidas.
Isto porque, só não vê quem não quer, é fato público e notório, verdade verdadeira, que ao longo da última década a política nacional em seu pluripartidarismo de fachada, vive a ditadura de um único partido, resultado do silêncio, da conivência, do comodismo e da incapacidade de outras siglas partidárias para fazer o que se denomina oposição democrática.
A “ditalula” partidária buscou, através de vários instrumentos de controle da opinião popular e da “distribuição de bolsas”, transformar os eleitores em clientes, fato este, que, diga-se de passagem, não é lá muito criativo, pois já vivemos (e em alguns locais isto ainda acontece) o coronelismo, que trocava botas por votos. Percebe-se a verdade do dito popular, “é do couro que nasce... a vitória nas urnas, seja ela com as botas ou com as bolsas.
A articulação partidária monopolista, eufemismo para troca de favores ou clientelismo, avançou dos eleitores para as siglas partidárias, estas se transformando em verdadeiras “imobiliárias”, vendendo, trocando ou alugando votos nas tribunas, para validar as ações de um único partido.
A tão decantada reforma política não interessa (como também outras reformas, previdenciária, fiscal, tributária), pois uma única sigla determina o caminho a seguir, buscando apenas e tão somente, a permanência no poder a qualquer custo.
Fica difícil enxergar saídas, quando as entradas que provocam o debate e a reflexão, foram estrategicamente fechadas, quer na dominação dos  clientes populares (massa), quer pelo silêncio dos clientes governamentais (partidos).
O Brasil se caracterizou em toda sua história pela pluralidade e diversidade, seja ela racial, cultural, biológica, religiosa ou de ecossistema.
É triste ver um país assim tão cheio de cores, nos seus tons, semitons e mil tons geniais e ter que oPTar entre o vermelho e o vermelho.

Podres poderes. 

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