A dualidade
da vida é notória. O dia e a noite, o céu e o inferno, a lua e o sol, a
acusação e a defesa, a vida e a morte. Um só existe pela existência do outro. Os
filósofos afirmam que um não se opõe ao outro, mas fazem parte de uma mesma unidade. Frente e avesso são partes do mesmo tapete. Assim, até Deus tem seu oposto e só não o
citarei para não fazer propaganda do “outro” que tem se mostrado muito ativo
nos últimos tempos.
Tal
dualidade assegura o equilíbrio entre as coisas. Não é por outro motivo que somente
valorizamos a luz, quando a escuridão mostra sua cara, lembrando que cientistas
afirmam não existir a escuridão, tão somente a ausência de luz.
Então, podemos
afirmar que a esquerda só existe se houver a direita? Bem, daí depende. Se a
referência for relacionada à política brasileira nos dias atuais temos sérias
dúvidas.
Isto porque,
só não vê quem não quer, é fato público e notório, verdade verdadeira, que ao
longo da última década a política nacional em seu pluripartidarismo de fachada,
vive a ditadura de um único partido, resultado do silêncio, da conivência, do
comodismo e da incapacidade de outras siglas partidárias para fazer o que se
denomina oposição democrática.
A “ditalula”
partidária buscou, através de vários instrumentos de controle da opinião
popular e da “distribuição de bolsas”, transformar os eleitores em clientes,
fato este, que, diga-se de passagem, não é lá muito criativo, pois já vivemos
(e em alguns locais isto ainda acontece) o coronelismo, que trocava botas por
votos. Percebe-se a verdade do dito popular, “é do couro que nasce... a vitória
nas urnas, seja ela com as botas ou com as bolsas.
A articulação
partidária monopolista, eufemismo para troca de favores ou clientelismo, avançou
dos eleitores para as siglas partidárias, estas se transformando em verdadeiras
“imobiliárias”, vendendo, trocando ou alugando votos nas tribunas, para validar
as ações de um único partido.
A tão
decantada reforma política não interessa (como também outras reformas,
previdenciária, fiscal, tributária), pois uma única sigla determina o caminho a
seguir, buscando apenas e tão somente, a permanência no poder a qualquer custo.
Fica difícil
enxergar saídas, quando as entradas que provocam o debate e a reflexão, foram
estrategicamente fechadas, quer na dominação dos clientes populares (massa), quer pelo
silêncio dos clientes governamentais (partidos).
O Brasil se
caracterizou em toda sua história pela pluralidade e diversidade, seja ela
racial, cultural, biológica, religiosa ou de ecossistema.
É triste ver
um país assim tão cheio de cores, nos seus tons, semitons e mil tons geniais e
ter que oPTar entre o vermelho e o vermelho.
Podres
poderes.
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