Quiseram, os “Deuses do Futebol”, que em 1950, o Brasil
perdesse a Copa do Mundo para o Uruguai em pleno Maracanã.
Quiseram, os mesmos “Deuses”, que em 1962, o ainda garoto
Pelé, saísse da Copa por contusão e desse espaço às pernas tortas de Garrincha para
nos levar ao título. Deuses escrevem certo por pernas tortas.
Em 1986, os “Deuses” tramaram e o grande Zico perdeu o
pênalti e o Brasil foi eliminado. Oito anos depois, os “Deuses“ resolveram e o
italiano Roberto Baggio chutou a bola nas alturas e ganhamos a Copa de 1994.
Agora em 2014, os “Deuses do Futebol” decretaram e a trave nos
salvou em duas oportunidades contra o Chile. Mas, como Eles seguem suas próprias leis e nós
humanos desconhecemos, impuseram agora, a nós brasileiros, ironicamente, a perda
de uma das principais “vértebras” da nossa seleção. Aquele que de certa forma,
acreditávamos, levaria o Brasil nas “costas” até o título. Aquele que mesmo não
estando no melhor de suas apresentações, nos dava a esperança de que a qualquer
momento inventaria algo divino e mágico e mudaria o nosso destino.
Alguns dirão que o Brasil sem Neimar é o mesmo que a
Argentina sem o Messi, ou Portugal sem Cristiano Ronaldo. Não é.
Somos incomparavelmente um “país de chuteiras” e o futebol
representa para nós muito mais que um esporte. O futebol é a nossa essência, o
DNA de nossa auto-estima. O único capaz de fazer com que coloquemos a bandeira
do Brasil em nossas casas e em nossos carros, que cantemos o hino nacional à
capella, vistamos as cores verde e amarela e gritemos ao mundo ser brasileiro,
com muito orgulho e muito amor, apesar de nossa indignação com todos aqueles
que, nascidos aqui, não têm o mesmo sentimento, nas jogadas sórdidas da
corrupção.
Contudo, se Neimar é a flexibilidade, o jogo de cintura da
criação e não podemos mais contar com ele, David Luiz se tornou a espinha
dorsal do time, com a garra, o talento e um jeito de bater na bola (10 para as
2) que nem os deuses conseguem explicar.
Perguntamos aos “Deuses do futebol”, o que irá acontecer? Como faremos sem Neimar? Quem irá
substituí-lo?
Humanamente, sabemos, não temos condições de responder com
exatidão, de prever o futuro. Mas, talvez seja isto. Quem sabe, Neimar será sim
substituído pela maior garra, maior vontade de vencer, mais disposição de todos
os jogadores, que têm agora um motivo a mais para vencer. Dar ao “amigo do peito”, um presente especial:
o título de campeão do mundo.
A força da amizade poderá ser nossa grande bandeira rumo ao
hexa.
Die götter sagen amen. Que os “Deuses” digam amém.
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