segunda-feira, 2 de julho de 2012

Por fora bela viola, por dentro...

Estava eu “pensando na morte da bezerra” quando abro o jornal e leio que o Complexo Santa Cruz -um dos prédios principais da administração municipal em Poços de Caldas- está “caindo aos pedaços”. Sem querer “dourar a pílula”, nem “tapar o sol com a peneira”, todos que freqüentam ou freqüentaram o local já sabiam disso. Agora não adianta “chorar sobre o leite derramado”, são “favas contadas” e a “Inês é morta”. Portanto, ao invés de “ficar chorando as pitangas” o jeito é encontrar uma solução, mesmo que emergencial, buscando preservar a segurança dos servidores e dos cidadãos que freqüentam o referido local.
Também não resolve ficar colocando a culpa em fulano ou sicrano já que o Complexo está complexado desde outros carnavais, até porque “águas passadas não movem moinhos”. Mas o fato veio alavancar a discussão recente sobre a importância da construção do Paço Municipal, que segundo “disse o nário”, é o espaço onde se concentra a sede de um governo e abriga também outros órgãos públicos. “Antes tarde do que nunca” já que muitos imóveis na cidade são alugados pela prefeitura e recursos públicos poderiam ser economizados se houvesse um só local para o funcionamento da máquina pública.  
Contudo, “devagar com o andor que o santo é de barro” pois, “cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém”. Sem querer entrar no “pomo da discórdia” e seguindo ainda o “cada macaco no seu galho” sobre o melhor local de construção do Paço- assunto para engenheiros e ambientalistas- quero abordar e atricotar o “outro lado da moeda”. Pergunto: de que adianta mudar a embalagem, se não se mexe no conteúdo?
Um dos graves problemas que passa a administração municipal em todo o país se refere à gestão pública. Como administrar uma empresa sem fins lucrativos (a não ser o “lucro social”) para que esta atenda às  necessidades da comunidade, minimizando os impactos e as interferências políticas? Ou seja, não adianta “enfeitar o pavão” com o Paço Municipal, se não se enfrentar as necessárias mudanças nos processos de gerenciamento dos órgãos públicos, pois no final das contas, quem “paga o pato” é a própria população.
Muitos empresários brasileiros já compreenderam que o mundo mudou e exige muito mais que apenas uma boa idéia e boa vontade. Administradores públicos mais conscientes também já percebem que não basta apenas fazer política, é preciso qualificação e capacitação. Poços de Caldas já não é mais aquela bucólica estância hidromineral de anos atrás e “pior cego é aquele que não quer enxergar”.
Muitas prefeituras no país estão locadas em espaços bonitos, com total infra-estrutura física, porém, no que se refere aos processos administrativos parecem “casa de mãe Joana”: ninguém se entende e isto acaba por atingir a qualidade dos serviços prestados.
A grande reforma que deveria ser feita – e se faz necessário “trocar o pneu do carro com ele andando”- é a que trata do gerenciamento da máquina pública. Planejar, organizar e dirigir uma prefeitura é tarefa que exige muita competência, eficiência e eficácia. Não estamos nos referindo à qualidade do servidor público, já que em todos os lugares, existem os bons e maus profissionais. Não estamos falando de pessoas, o problema está nos processos.
Temos a consciência que o futuro Paço em Poços é um passo necessário. Porém, antes que esta obra seja um “elefante branco” e para não “colocarmos o carro na frente dos bois” que tal, antes das obras de engenharia e arquitetura, refletirmos sobre como melhorar a gestão pública?
Se assim não for poderemos cair naquilo que nos ensina a sabedoria popular: por fora bela viola, por dentro, pão bolorento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário