segunda-feira, 2 de maio de 2011

Era uma vez

Milhões de brasileiros se emocionaram com o casamento do príncipe Wiliam e a plebéia Kate. Sem a pretensão de levantar uma tese sociológica, a paixão do brasileiro por contos de fadas, reis e príncipes, castelos e palácios pode ser contada assim.
Era uma vez um navegante português que no ano de 1.500, a mando do rei, saiu pelo oceano em busca de encontrar um novo continente e outras riquezas para a corte. Na carta de um dos tripulantes, o Caminha, as naus portuguesas chegaram à denominada “Ilha de Vera Cruz”. Começava ali a história da Terra Brasilis e a nossa fantasia por palácios, reis e rainhas, príncipes e princesas. Basta lembrar que séculos depois foram criados vários palácios no Brasil para abrigar os nossos “príncipes governantes”, como o Palácio dos Leões no Maranhão, o Tiradentes em Minas Gerais, o Bandeirantes em São Paulo, e o Palácio da Alvorada, residência oficial da hoje, Rainha Dilma. Além disso, não é demais mencionar que no país do carnaval temos um Rei todos os anos: o Rei Momo.
Historicamente, na época do Brasil Império, tivemos o Imperador Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier Leocádio Miguel Rafael Gonzaga, conhecido também como Dom Pedro Segundo, o “defensor perpétuo do Brasil”. Nos dias atuais, o nosso Imperador é Adriano Leite Ribeiro, o atacante Adriano, jogador do Corinthians, que rompeu recentemente o tendão de Aquiles. Logo ele, o grego Aquiles, filho do rei Peleu e da rainha Tétis. Vivemos então, a monarquia até 1889 e, de lá pra cá, a maior anarquia, como uma república de estudantes.
Mas, a nossa paixão pela realeza continuou crescendo, através dos contos infantis que escutávamos e que ainda hoje repassamos aos nossos filhos. Como não pensar em se casar com um príncipe encantado? Tornar-se uma Cinderela, quem sabe uma Bela Adormecida, ou mesmo Branca de Neve? Não é irônico pensar ainda, que além destes contos infantis, uma de nossas primeiras moedas foi o conto de réis? E, que, atualmente, o Real é a nossa moeda?
Enfim, para a grande maioria dos brasileiros, o casamento entre uma plebéia e um príncipe, traz de volta ao coração, aquela centelha de esperança de que um dia uma nova história será escrita. Ela será simples e mágica como são todos os contos de fadas. Era uma vez em um grande reino, milhões de sapos, que num dia de céu azul e sol radiante, foram enfim, reconhecidos como príncipes. E a partir daquele dia, tiveram direito então, como todos no reino, a uma vida mais justa, mais digna e igualitária e assim, viveram felizes para sempre.

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