sábado, 19 de fevereiro de 2011

Manifesto do “tudo às claras”, incluindo as gemas

Confesso que não sabemos se a situação é particular, fruto das nossas atividades profissionais, mas, temos ouvido em cada esquina muitos boatos sobre a política local. São comentários sobre a atual administração, o trabalho dos vereadores, especulações sobre quem será o próximo prefeito etc. Vemos isto, guardado os devidos “filtros”, como extremamente salutar. Refletimos sim, que a participação social poderia ser muito maior e que muitas “vozes” se calaram ao longo dos últimos anos na cidade, o que é de se lastimar. E independente do “contra” ou a “favor “(que, infelizmente, é como muitos políticos ainda dividem as pessoas), temeríamos muito mais viver em uma sociedade apática, imobilizada, silenciosa e alienada. Sinceramente, buscamos nos policiar para escutar muito e falar pouco, pois ao longo do tempo, aprendemos que no oceano da política, o que aparece na superfície não reflete verdadeiramente o que acontece nas profundezas. Procuramos então, entender os boatos como conseqüência e não como causa. Aprendemos ainda, ao longo de décadas no universo da comunicação, que o boato surge quando a comunicação é ineficiente. Comunicar -na etimologia da palavra- é ”tornar comum”, ou seja, só existe comunicação quando em um relacionamento pessoal ou profissional as pessoas entendem o que está sendo comunicado. Muitos empresários e administradores públicos confundem comunicação com informação. Acreditam que estão comunicando quando estão apenas informando, e, diga-se de passagem, informando mal. Parece ser apenas uma diferença semântica, entretanto, informar não inclui o diálogo, a interatividade, a discussão saudável. Tem mais o significado de dar um aviso, um parecer, uma ordem. Não é a toa que vivemos na sociedade da informação e não da comunicação. Estamos informando cada vez mais e comunicando cada vez menos.
E o que acontece, quando não se sabe o que acontece?
Quando a comunicação não é transparente, abre-se um caminho (muitas vezes, uma rodovia) para a perigosa rede de boatos, de juízos nem sempre corretos, onde cada um inventa (ou aumenta) uma situação. Por isso é que, na maioria das vezes, quem se julga vitima de boatos, de alguma forma, contribuiu para que eles se proliferassem. Antes de “sair comunicando” (ainda que boas notícias) é necessário planejar muito para evitar interpretações errôneas e desentendimentos. O planejamento antes do “fazejamento” evitando assim, as denominadas iniciativas sem “acabativas”.
Não é fácil ser político. Muitas vezes é preciso enfrentar interesses conflitantes. Daí, como agradar um, sem desagradar o outro?
Importante alertar que o eleitor brasileiro tem mudado no transcorrer da nossa recente vida democrática. Cansada das promessas, dos abraços e tapinhas nas costas, o que se percebe é que a população deseja políticos modernos, sem o discurso retórico e ultrapassado das tribunas. Políticos que digam não olhando para os olhos de quem os ouve. Nesta premissa, não se aceitam mais “votações secretas”, meias-verdades, respostas não conclusivas, utilização de terceiros como porta-vozes, políticos que não assumem suas opiniões, suas decisões, seus erros.
Ao que ser percebe, a população quer, dos seus representantes em todas as esferas, a sinceridade e a veracidade, sem partidarismos, sem jogos de poder, sem rodeios, nem evasivas.
Tudo às claras, incluindo as gemas.

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