sexta-feira, 7 de agosto de 2009

SOBRE INFLUENZA, STRESS E VIROSE

Se você é da época que quando ficava com difluxo, ou seja, gripado, bastava um chazinho, ou uma beberagem preparado por sua mãe, ou sua avó, sinto em lhe dizer que as doenças mudaram muito. Por exemplo, essa gripe de agora que engripou o mundo global. Quando ela atinge as classes sociais mais influentes, é chamada de influenza A, ou seja, gripe para pessoas influentes da classe A. Em outras palavras, uma gripe com grife. Mas, se você for de classe social com menor poder aquisitivo, que é como os ricos chamam os pobres, aí, não tem jeito, é gripe suína mesmo. É uma gripe tão refinada que exige luva e máscara para ser evitada. Aliás, supera até os doutores da igreja. Em alguns templos da cidade, foi solicitado aos fiéis que eles se cumprimentassem apenas com um aceno de mão ou de cabeça, para evitar o contato físico. Ou seja, confie em Deus, mas desconfie da gripe.
Quer outro exemplo? Antigamente quando uma pessoa se sentia cansada demais, com “excesso de costura”, quer dizer de trabalho, dizia-se que ela estava com estafa. Qualquer coisa, ela tinha um xilique, quer dizer, uma crise nervosa. Nos dias atuais, o mesmo sintoma ganhou uma palavra mais nobre: estresse. Se preferir diga stress, fica très chic. Mas tome cuidado, o stress pode provocar queda na imunidade e você poderá contrair a influenza A. Em outras palavras, a estafa pode deixar você fraco para pegar a gripe suína.
Outra moda de hoje é a tal da virose. Ela pode ser atribuída a qualquer doença quando não se descobre a causa. O médico virou você de bruços, virou você de lado, virou você de frente e não descobriu a doença. Nem bem você virou as costas e ele lhe dá o diagnóstico: Você está com virose!
É, o mundo das doenças está cada vez mais difícil de ser traduzido.
Por tudo e em caso de dúvida, o Ministério da Saúde, adverte: não desaparecendo os sintomas, procure um médico, acompanhado de um dicionário.

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